
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na última quarta-feira (22) que o país possui cerca de 5 mil mísseis terra-ar portáteis de fabricação russa para enfrentar as forças estadunidenses posicionadas no mar do Caribe. A declaração foi feita poucas horas após os Estados Unidos anunciarem o primeiro ataque contra uma embarcação em águas internacionais do Pacífico, que deixou duas pessoas mortas.
“Qualquer força militar no mundo conhece o poder do Igla-S [nome do modelo russo], e a Venezuela possui nada menos que 5 mil Igla-S”, declarou Maduro em rede nacional.
O sistema Igla-S é um equipamento de defesa antiaérea portátil, projetado para derrubar aviões, helicópteros e drones a baixa altitude. Segundo a Folha de S.Paulo, especialistas afirmam que trata-se de uma arma de fácil manuseio, capaz de atingir alvos em movimento com grande precisão, e amplamente usada em conflitos no Oriente Médio e na Europa.
🚨AGORA: Maduro ameaça o presidente Trump e diz que tem mais de 5.000 mísseis russos para enfrentá-lo. pic.twitter.com/MYatWzMCEC
— news and ufology (@newsandufology) October 23, 2025
Maduro afirmou ainda que as Forças Armadas do país estão em “posição de mira” para qualquer possível ofensiva. “Temos milhares de operadores do Igla-S em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade do nosso povo”, disse. Ele também afirmou que o país vive “a ameaça militar mais letal de sua história”, em referência à mobilização naval estadunidense no Caribe.
De acordo com o presidente venezuelano, o país conta com sistemas de simulação e treinamento capazes de preparar seus militares para agir em caso de ataque estrangeiro. Ele disse que os exercícios recentes realizados pelas Forças Armadas foram coordenados como resposta direta à presença dos navios e aviões dos Estados Unidos próximos ao território.
No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que pretende intensificar as operações militares contra grupos de narcotraficantes que, segundo ele, operam em território latino-americano. “Vamos atacá-los com muita força quando vierem por terra; eles ainda não experimentaram isso”, afirmou. A declaração foi interpretada em Caracas como uma ameaça direta.
Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, o ataque realizado no Pacífico faz parte de uma ofensiva contra o narcotráfico internacional.
“Havia dois narcoterroristas a bordo durante o ataque, realizado em águas internacionais. Ambos foram mortos, e nenhuma força estadunidense foi ferida”, disse Hegseth. Esse foi o sétimo ataque em dois meses, consolidando uma das operações mais agressivas dos Estados Unidos na América Latina em décadas.
A retórica militar entre os dois países tem se intensificado desde que o governo Trump passou a adotar uma estratégia de “pressão máxima” contra o regime de Maduro. Autoridades em Washington afirmam que o objetivo é “remover o ditador do poder”, por meio de ações diplomáticas e militares.
Fontes do governo estadunidense já haviam confirmado que a Casa Branca autorizou a CIA a realizar operações secretas dentro do território venezuelano, com o objetivo de enfraquecer a estrutura do que definem como “regime chavista”.