
Chamado por um ex-assessor de Donald Trump de “presidente sombra dos Estados Unidos”, o bilionário Larry Ellison vem consolidando uma influência que ultrapassa o Vale do Silício.
Fundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo, Ellison está no centro de uma rede que une tecnologia, mídia e política — e que reforça sua aliança com o governo Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Nos últimos meses, Ellison se tornou peça-chave em alguns dos maiores negócios do país. Sob sua liderança, a Oracle firmou contratos de quase meio trilhão de dólares no setor de inteligência artificial, incluindo uma parceria de US$ 300 bilhões com a OpenAI.
O bilionário também assumiu o controle do TikTok nos Estados Unidos, após decreto de Trump que determinou a transferência do aplicativo para investidores locais. A Oracle será a responsável por supervisionar os algoritmos da plataforma, que alcança 150 milhões de usuários.
Paralelamente, Ellison e seu filho David adquiriram a Paramount, dona da CBS e de um dos maiores estúdios de cinema do mundo. O negócio de US$ 8 bilhões transformou os Ellison em magnatas da comunicação, agora à frente da Paramount Skydance.
O movimento foi interpretado como uma ofensiva pró-Trump e pró-Israel dentro da mídia tradicional. A emissora CBS, por exemplo, nomeou Bari Weiss — jornalista conhecida por sua postura “anti-woke” e simpatia por Israel — como nova editora-chefe.
Além do império midiático e tecnológico, Ellison é um dos principais financiadores das Forças de Defesa de Israel (IDF), com doações de mais de US$ 26 milhões.
Próximo de Netanyahu, o empresário já o recebeu em sua ilha no Havaí e foi citado em investigações de corrupção envolvendo o premiê israelense. Segundo reportagens do Times of Israel, Ellison chegou a pressionar o bilionário Arnon Milchan para permitir que um advogado atuasse na defesa de Netanyahu.
Com fortuna superior a US$ 350 bilhões, Ellison não esconde sua visão política. Ele defende a vigilância digital como instrumento de controle social e afirma que a tecnologia deve “garantir que os cidadãos se comportem bem, porque tudo está sendo gravado”.
Ao lado de Trump, ele vem moldando uma nova fase do poder corporativo americano — unindo inteligência artificial, mídia e política externa sob uma mesma bandeira: pró-Israel, anti-regulação e concentrada nas mãos de poucos.