Uma das maiores empulhações da política nacional, o Partido Novo lavou as mãos com relação a Ricardo Salles.
O ministro do meio ambiente, quadro mais famoso da turma de Amoêdo, foi rifado numa declaração pública cínica.
Se ele tivesse vergonha na cara, pediria o divórcio.
Se o Novo estivesse falando sério, teria desfiliado o sujeito.
Como nenhuma das partes prima pela honestidade, fica por isso mesmo.
Salles é diretamente responsável pelo desastre na Amazônia.
Os parlamentares da Rede foram ao STF protocolar um pedido de impeachment para ele.
Acusam-no de crime de responsabilidade por, entre outras coisas, “descumprimento do dever funcional relativo à Política Nacional do Meio Ambiente”.
“O ministro foi escolhido e responde ao presidente Jair Bolsonaro”, diz a nota no Novo.
Seguem alguns highlights:
. O ministro não mantém nenhum contato com o partido quanto aos seus planos, metas e objetivos para a pasta. Só temos conhecimento das suas ações quando divulgadas publicamente.
. Ricardo Salles é um dos 47.739 filiados ao NOVO, não participa de nenhuma atividade partidária e nem exerce qualquer cargo dentro do partido.
. O Diretório Nacional do NOVO emitiu, em 31/05/2019, uma resolução determinando que qualquer filiado que venha a participar em um cargo público relevante em qualquer instância de governo, quando não for indicado pelo NOVO, deverá solicitar a suspensão da sua filiação. A resolução, como estabelece a lei, não tem efeito retroativo, e portanto, não se aplica ao ministro.
. Os mandatários do NOVO no legislativo e executivo têm atuado com equilíbrio, diálogo e baseado suas políticas públicas e propostas em dados, fatos e evidências. Esta é a postura que esperamos de todos os membros do atual governo, em especial daqueles que são filiados ao NOVO, como o ministro Ricardo Salles.
Nenhuma palavra sobre o que o grupo acredita em matéria de meio ambiente — porque isso, simplesmente, não existe.
O Novo é uma extrema direita envergonhada, ultraliberal, repleta de arrivistas cabeça oca, sem projeto de país que não seja a devastação.
O bolsonarismo de sapatênis.
Na campanha, Ricardo Salles advogou o uso de armas contra o MST. Ninguém o incomodou.
Não adianta negar a paternidade do sujeito. Ele é a cara escarrada dos pais.