Amor de Moro. Por Fernando Brito

Atualizado em 27 de janeiro de 2020 às 19:03
Moro no Pânico

Por Fernando Brito

Como diz o Mino Carta, até as pedras da estrada sabem que Sergio Moro cultiva ambições presidenciais.

O que não o impede de fazer – como hoje, na entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan – juras de fidelidade ao “chefe”, ainda que este não acredite nela faz tempo.

Apesar de sorridente como que venceu um “round”, foi formal nas respostas.

Dizer que “ele [Bolsonaro] se colocou como candidato à reeleição e eu, como ministro do governo, tenho que apoiá-lo [porque] não tem outra alternativa” não chega a ser, nem de longe, uma declaração de amor.

Bem como dizer que seria “interessante e natural na minha carreira” a possibilidade de que o presidente o indique para o Supremo Tribunal Federal é, a esta altura, apenas acenar que aceitaria o prêmio de consolação por não se lançar candidato.

Acabou por se autorreferenciar como fonte da “força” do governo, ao dizer que ““tem muita gente querendo enfraquecer o governo, me tirando fora (sic) do governo. E, às vezes, gerando essas intrigas”.

Intriga uma fala do presidente dizendo que estudava retalhar seu ministério e que ele, Moro, não ia gostar nem um pouco?

O jogo de cinismo entre ambos está longe de terminar.

Aguardemos o próximo capítulo do “amigo urso” quando chegar da Índia.