Analista diz que fim da lei Magnitsky contra Moraes enfraquece candidatura de Flávio

Casca de banana lançada pelo irmão Eduardo é outro problema para o clã tentar a presidência no ano que vem

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 18:40
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Pablo Porciuncula

Publicado originalmente no Brasil de Fato.

A revogação da lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e sua esposa, anunciada pelos Estados Unidos na sexta-feira (12) enfraquece ainda mais uma já fraca candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência no ano que vem. Essa é a opinião da analista política Larissa Peixoto, pesquisadora da Unviersidade de Edimburgo (Reino Unido).

“Esse anúncio é mais um um problema para a campanha de Flávio. Ele não mata a candidatura, mas enfraquece, é mais uma questão que precisa ser administrada. É outro tema que eles vão ter que ir a público se posicionar”, disse ela ao Brasil de Fato.

Peixoto pondera que o desejo de concorrer ao pleito presidencial do filho mais velho de Jair Bolsonaro já não era bem acolhido pela própria extrema direita. Nesse sentido, a casca de banana lançada por seu irmão Eduardo – que assumidamente trabalhou pela aplicação da lei que restringe movimentações financeiras e pessoais de pessoas acusadas de graves violações dos direitos humanos – aumenta ainda mais as dificuldades para Flávio Bolsonaro.

“A extrema direita brasileira está sem um candidato para chamar de seu. O Flávio Bolsonaro, é visto pela direita como uma marionete, como uma pessoa que faz o que o pai está mandando fazer”, afirma ela.

“Ele já não tinha uma candidatura forte. Não é o nome que a direita quer.”

Eduardo lamenta

“Nós recebemos com pesar as notícias da mais recente decisão a anunciada pelo governo dos Estados Unidos”, disse nota conjunta emitida por Eduardo Bolsonaro e seu amigo o influenciador de direita Paulo Figueiredo.

“Nós somos gratos pelo suporte dado pelo presidente Trump demonstrado durante este processo e pela atenção que ele deu a esta séria crise de liberdade afetando o Brasil.”

“Lamentamos que a sociedade brasileira, apesar da janela de oportunidade que tinha em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais. A falta de coesão interna e o apoio insuficiente às iniciativas levadas adiante no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual”, afirmou.

“Esperamos sinceramente que a decisão do presidente Donald Trump seja bem-sucedida na defesa dos interesses estratégicos do povo americano, como é seu dever. Quanto a nós, continuaremos a trabalhar com firmeza e determinação para encontrar um caminho que permita a libertação do nosso país, pelo tempo que for necessário e apesar das circunstâncias adversas.”

Desde o começo do ano quando foi para os Estados Unidos, em um autodeclarado exílio, Eduardo vem atuando junto ao governo de Donald Trump para que este pressione o Brasil a não responsabilizar seu pai nos processos que culminaram em sua condenação por tentativa de golpe de Estado. Além da Magnistsky contra Moraes, as tarifas de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA em tentativa de chantagear o Judiciário foram comemoradas por Eduardo Bolsonaro.

“Não tenho como criticar o Donald Trump. Lamento que o povo brasileiro inteiro possa a vir pagar essa conta”, disse à época.

Mas os esforços não deram resultado, e o encontro entre Lula e Trump na ONU, em setembro, alavancou negociações que acabaram revogando as sobretaxas. Além disso, esta semana o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, notificou o parlamentar licenciado que ele já teria faltado a sessões suficientes para que perca seu mandato.

“Eu só tenho o número suficiente de faltas para a cassação do meu mandato porque o senhor, Hugo Motta, não reconhece o estado de perseguição que eu sofro. Porque você prefere cerrar fileiras com Alexandre de Moraes, cedendo às ameaças dele. Quando você faz isso, ele sempre vai te ameaçar. Eu não sei qual é essa sanha que as pessoas têm de serem bonequinhas do Alexandre de Moraes”, disse Eduardo Bolsonaro em vídeo.

Veja o vídeo: