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Analogia perfeita: Moro é um juiz ladrão e cara de pau, porque não se envergonha de levar o troféu. Por Joaquim de Carvalho

Moro e deputado Boca Aberta

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi preciso na definição do que é Sergio Moro: um juiz ladrão, um juiz que se corrompeu no exercício do seu poder.

Na sessão conjunta das comissão em que Moro teve que se explicar, Glauber Braga não disse que Moro embolsou dinheiro, e fez questão de lembrar que estava fazendo uma analogia.

E a analogia é perfeita.

Na Lava Jato, Moro se comportou exatamente como um juiz ladrão no futebol.

Tenho usado essa expressão nas minhas lives no YouTube, porque é de fácil entendimento.

Quem nunca ouviu uma torcida gritar “juiz ladrão” para o árbitro que se comporta de maneira parcial numa partida de futebol?

Certa vez, Neymar, quando ainda jogava no Santos, publicou no Twitter: “juiz ladrão, vai sair de camburão”.

Era uma referência a um árbitro que havia assinalado um pênalti inexistente em favor do adversário.

Lamentavelmente, a presidente da sessão, Professora Marivânia (PCdoB-AP), determinou a retirada da expressão “juiz ladrão” das notas taquigráficas. Foi pressionada pelos bolsonaristas, do mesmo grupo do deputado que, horas antes, havia entregue um troféu de campeão ao ex-juiz.

É esta, aliás, a imagem que define Moro: erguendo a taça de campeão de uma disputa em que, ao final e ao cabo, tinha o Brasil como prêmio.

Moro deveria ter sido apenas o árbitro, mas foi o técnico e o craque de um dos times. Nesse campeonato, não havia juiz.

A deputada Professora Marivânia (PCdoB-AP), que presidia a sessão, ainda tentou retornar os trabalhos depois que os bolsonaristas foram para cima da mesa para pressioná-la.

Mas não foi possível reiniciar a sessão.

Sergio Moro havia deixado a Câmara, sem avisar a presidência.

Saiu pela porta dos fundos, como um juiz ladrão depois de uma partida em que definiu o jogo no apito.

Para a analogia se completar, só faltava ter ido embora no camburão.

A deputada, hostilizada pelos apoiadores de Moro, ainda comentou:

“Vocês têm dificuldade de lidar quando uma mulher está na presidência, têm muita dificuldade”, disse ela.

O time de Moro não consegue jogar de acordo com as regras.

Joaquim de Carvalho

Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquimgilfilho@gmail.com

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