Anderson Torres foi à Bahia em voo da FAB para discutir ações da PRF contra eleitores de Lula

Atualizado em 8 de maio de 2023 às 12:31
Anderson Torres – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Documentos comprovam que o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, viajou à Bahia em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) seis dias antes do segundo turno das eleições presidenciais para tratar das operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Um dos documento, obtidos pela CNN Brasil via Lei de Acesso à Informação (LAI), mostra que o apoiador do ex-chefe do Executivo pegou o voo da FAB no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, no dia 24 de outubro, às 17h30, e chegou a Salvador duas horas depois.

Na ocasião, o bolsonarista estava acompanhado do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Antônio Lorenzo, do diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, e de um assessor especial do gabinete e dois agentes da PF.

Outro documento mostra a reunião do ex-ministro com o superintendente da PF na Bahia, o delegado Leandro Almada. O encontro ocorreu no dia 25 de outubro, uma terça-feira da semana pré-eleição. O secretário-executivo do MJ, o diretor-geral da Polícia Federal, e os delegados da PF na Bahia Marcelo Werner e Flávio Marcio Albergaria Silva também participaram da reunião.

Anderson Torres e Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Ainda segundo a CNN, na reunião, Torres teria pedido apoio da PF nos bloqueios que a PRF faria no segundo turno das eleições presidenciais. O objetivo do bolsonarista era prejudicar o acesso de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação.

O bolsonarista e sua comitiva voltaram para Brasília logo após o encontro, às 16h30, conforme a agenda. Vale destacar também que a viagem de Torres à Bahia aconteceu após ele ter obtido um documento, elaborado pela Diretoria de Inteligência do MJ, mostrando em quais municípios Lula teve mais votos no primeiro turno.

Torres prestará depoimento nesta segunda-feira (8) no âmbito do inquérito que apura as ações da PRF que dificultaram o transporte de eleitores do presidente petista em diversos estados do Nordeste. Ele está preso desde 14 de janeiro por suspeita de omissão durante os atos terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília.

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