Andressa Mendonça e o destino das mulheres de mafiosos

Atualizado em 4 de fevereiro de 2013 às 13:01

A Sra. Cachoeira pertence a uma longa linhagem de garotas cúmplices, sexy, misteriosas e suspeitas

Na lua de mel

 

Andressa Mendonça, a linda mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, é definida por um amigo como “chave de cadeia”. Andressa era casada com o empresário Wilder de Moraes, secretário estadual de Infraestrutura e primeiro suplente do senador goiano Demóstenes Torres, quando teve um caso com Carlos Augusto Ramos. O fato é que Andressa pertence a uma longa linhagem de mulheres de mafiosos, as silent wives: fieis a seus homens, cúmplices, sexy, misteriosas e suspeitas.

Em 2007, a polícia siciliana descobriu uma lista de dez mandamentos sobre como ser um honorável mafioso. Dois deles dizem respeito a suas companheiras: 1) nunca olhe para as mulheres de amigos; 2) mulheres devem ser tratadas com respeito. Não se sabe se Cachoeira está seguindo o protocolo, mas parece que Andressa, sim. Casas grandes, carros de luxo, roupas caras, bons restaurantes, viagens inesquecíveis — enquanto houver isso, as silent wives mantêm os lábios selados.

Cachoeira num ato extremo de devoção no casamento

 

Andressa poderia ter uma antecessora em Virginia Hill, conhecida como “Flamingo”. Natural do Alabama, bonita e articulada, ela mudou-se para Chicago nos anos 30, onde se envolveu com Al Capone e outros bacanas da Cosa Nostra. Com essas conexões, tentou uma carreira de atriz em Los Angeles – frustrada. Mas foi lá que conheceu Ben “Bugsy” Siegel, que se tornaria um dos mais poderosos chefões do jogo em Las Vegas. “Ela era esperta e sabia manter a boca fechada”, contou uma amiga. Entre outras tarefas, Virginia levava o dinheiro de Siegel para o exterior.

Siegel caiu em desgraça quando tentou dar um golpe em seus colegas para saldar as dívidas de seu cassino, o Flamingo (batizado em homenagem à amada). Ele acabou sendo executado no sofá em que o casal assistia projeções de filmes. Virginia estava em Paris, depois de uma briga. Quando foi interrogada pelas autoridades, não abriu o bico. “Se alguém ou alguma coisa era seu amante, era aquele hotel em Las Vegas. Eu nunca soube que Ben tivesse algo a ver com gangsteres. Não imagino quem o tenha matado e nem por quê”, declarou.

Virginia Hill, musa da máfia americana

 

Virginia acabou passando o resto da vida em fuga, temerosa de ser o nome seguinte na lista dos assassinos de Siegel. Casou-se com um instrutor de esqui. Com o FBI e a Receita em sua cola, o casal se mudou para a Europa, onde ela procurou ajuda dos amigos mafiosos. Virou alcoólatra. Difícil saber se Andressa terá algo a aprender com Virginia. Seus amigos precisam torcer para que ela não tenha o mesmo destino da irresistível “Flamingo”, que se matou em 1966, aos 49 anos, em seu exílio na Áustria, de uma overdose de remédios para dormir, ao lado de uma ponte.

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Amore, scusami