A mobilização contra a PEC da Blindagem ganhou força nas redes sociais com manifestações de artistas como Caetano Veloso e Anitta. O texto, aprovado na Câmara dos Deputados e que restringe a atuação da Justiça contra parlamentares sem aval do Congresso, é visto pelas celebridades como um retrocesso democrático.
O cantor e compositor Caetano Veloso chamou a proposta de “PEC da Bandidagem” e defendeu mobilizações populares.
“Essa PEC tem que receber da sociedade brasileira uma resposta socialmente saudável, uma manifestação de que grande parte da população brasileira não admite um negócio desse, ainda mais às pressas levada à frente. A gente tem que ir para a rua, para a frente do Congresso, como fomos outras vezes. Voltar a dizer que não admitimos isso, como povo”, afirmou em vídeo publicado nas redes.
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) September 18, 2025
Anitta também se posicionou ao compartilhar nos stories do Instagram uma imagem do movimento 342Artes que dizia não à proposta. “Senadores, contamos com vocês”, destacava o cartaz.
Mobilização de atores e músicos
Diversos atores, entre eles Marcos Palmeira, Matheus Nachtergaele, Mateus Solano, Sophie Charlotte, Alinne Moraes, Claudia Abreu, Patrícia Pillar, Ingrid Guimarães e Maeve Jinkings, reforçaram a campanha compartilhando a mesma arte contra a PEC.
Da música, nomes como Ana Carolina, Sandra de Sá e Tony Bellotto também se somaram à mobilização. Fernanda Abreu levou o cartaz para seu mural do Instagram e alertou para os riscos da proposta.
“Já imaginou o PCC e o Comando Vermelho dominando o Congresso Nacional e as assembleias? (…) A proposta permite – por exemplo – que SÓ OS POLÍTICOS AUTORIZEM PROCESSOS CONTRA POLÍTICOS. ENTÃO, as facções criminosas – que são máfias com muito dinheiro – vão investir $$ em candidatos e eleger deputados e senadores porque o Congresso vai virar porto seguro de bandido”, escreveu.
PEC pode beneficiar investigados
Segundo levantamento do Globo no sistema do Supremo Tribunal Federal (STF), ao menos 25 deputados federais e senadores são atualmente alvos de investigações que poderiam ser favorecidos pela aprovação da PEC.
Os casos incluem suspeitas de desvio de emendas parlamentares, corrupção, crimes contra a honra e até participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Parte dos inquéritos, contudo, tramita em sigilo.
A proposta, no entanto, ainda precisa passar pelo Senado, onde a expectativa é de uma tramitação mais lenta.