Anitta e Ludmilla: como famosas gastam milhões para ficar com a mesma cara

Atualizado em 23 de agosto de 2025 às 12:39
Anitta e Ludmilla e vice-versa

O novo rosto de Anitta reacendeu uma crítica que há anos circula nas redes: as celebridades estão cada vez mais parecidas. O nariz fino, os olhos puxados, a boca volumosa e o maxilar marcado parecem compor uma espécie de checklist obrigatório para quem ocupa o espaço público.

Ao exibir sua transformação, a cantora foi imediatamente comparada a Ludmilla — e as semelhanças estéticas levantaram a suspeita de que o estrelato cobra não só fama, mas também a adesão a um molde facial globalizado.

Especialistas apontam que os procedimentos de preenchimento, rinoplastia e alterações em pálpebras e maçãs do rosto são os que mais mudam a aparência. O excesso de intervenções apaga a personalidade de cada rosto.

Esse apagamento individual, quando se espalha entre artistas e influenciadores, cria uma massa de figuras uniformizadas, onde todos parecem replicar a mesma feição idealizada.

A padronização não surgiu agora. Durante a pandemia, cirurgias como rinoplastia e técnicas como os “foxy eyes” se popularizaram, com aumento de até 1.250% nas buscas. O resultado foi uma onda de rostos praticamente idênticos, com traços afiados e bocas exageradamente volumosas.

Homens também aderiram, buscando o “rosto de galã” por meio de preenchimentos de mandíbula, rinomodelação e alongamento de queixo. O efeito coletivo é que artistas e influenciadores acabam diluídos num mesmo molde estético, que pouco dialoga com sua identidade própria.

Muito dessa tendência vem da estética exportada pelas Kardashian e Jenner, ícones de uma beleza híbrida e fabricada. Mistura de traços étnicos estilizados — olhos amendoados, nariz fino, lábios carnudos — se tornou referência universal de influenciadoras digitais. Esse ideal global, reforçado por redes sociais e pela cultura de consumo, ajuda a explicar por que celebridades brasileiras, como Anitta, acabam exibindo transformações que as aproximam de um rosto único, fabricado e replicado.

O Brasil lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas, com mais de 3,1 milhões de procedimentos em 2023, segundo a ISAPS, sigla em inglês para International Society of Aesthetic Plastic Surgery (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética).

Entre eles, olhos, nariz e harmonização facial estão no topo. O fenômeno, antes restrito a quem queria “se corrigir”, agora virou um passaporte estético para o mercado de influenciadores e celebridades. O problema é que, ao perseguirem o mesmo padrão, as estrelas apagam justamente aquilo que as tornava únicas: seus próprios traços.