Como Anitta se tornou a inimiga nº 1 do bolsonarismo. Por Nathalí

Atualizado em 16 de abril de 2022 às 8:36
Anitta
Anitta no palco do Coachella

Os progressistas preconceituosos/ anti-funk não aceitam, mas vamos aos fatos: Anitta tem feito muito mais pelo país que a maioria dos movimentos sociais, que estão, a essa altura, muito menos organizados para combaterem o bolsonarismo do que deveriam.

Depois da investida homérica em Ricardo Salles (então ministro do meio ambiente) e de deixar sem palavras o próprio Bolsonaro, ela tocou, num tweet recente, em um ponto nevrálgico para a verdadeira guerra política que já está instaurada e deve durar até o dia das eleições: o sequestro da bandeira do Brasil, orquestrado por uma direita menos burra do que nós gostamos de admitir.

Tendo alcançado a projeção internacional pela qual tanto trabalhou, a cantora tem se colocado como uma aliada da democracia, usando seu poder de influência para participar ativamente dessa guerra – e na linha de frente.

Afirmou, em menos de 280 caracteres, o que deveríamos estar afirmando diariamente:

“A bandeira do Brasil e as cores da bandeira do Brasil pertence aos BRASILEIROS. Representam o Brasil em geral. Ninguém pode se apropriar do significado das cores da bandeira do nosso país. FIM.”

É simples assim.

E, acreditem, é dessa simplicidade que precisamos para vencermos em outubro. Simplicidade que nos oferece a chance de realmente falarmos com o povo, com os favelados, tantos deles bolsonaristas por ignorância, ou porque o próprio Bolsonaro os trouxe para si em uma campanha presidencial bem-sucedida, embora criminosa.

Há quanto tempo deveríamos estar nos apropriando das cores da bandeira e dizendo que não pertencem à direita podre deste país? Quantas pessoas refletirão sobre isso depois do tweet de uma cantora com milhões de seguidores?

Assim como Felipe Neto, Anitta tem se tornado uma figura politizada. Este fato, somado à sua fama internacional, torna Anitta a principal inimiga do bolsonarismo.

O progressista que odeia a cantora por considera-la burra, certamente não nota que ela é justamente o contrário, e sequer se dá conta do quanto ela pode nos ajudar, porque não consegue reconhecer, em uma mulher que balança a raba no palco, uma pessoa politizada.

Como a própria cantora comprova, é possível gostar de funk e se fazer apoiadora do Brasil real, o Brasil com S, o Brasil do povo.

O fato de Anitta ter vencido na vida – uma vitória que veio de um trabalho árduo – não significa que a favela venceu: significa que uma favelada venceu.

E é essa favelada que está sendo nossa porta-voz internacionalmente, assim como Caetano, e ainda muito mais do que Chico Buarque. Que não deixemos nosso preconceito contra o funk (que enfrenta o mesmo processo do samba, outrora marginalizados) nos torne inimigos da amiga do Brasil.

 

 

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