“Aniversário do golpe”: Clube Militar organiza almoço no RJ mesmo com risco de punição

Atualizado em 31 de março de 2023 às 12:01
Lula e Tomás Paiva – Foto: Reprodução

Apesar de o comandante do Exército, o general Tomás Paiva, afirmar que a Força irá punir oficiais que comemorarem o aniversário do golpe militar ou participarem de eventos organizados por militares da reserva, há indícios de que o Clube Militar promoverá um almoço no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (31).

O evento, chamado de “Movimento Democrático de 1964”, terá ingresso a R$ 90 e será restrito a sócios e convidados. Generais ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo afirmam que não é rara a presença de oficiais da ativa em eventos do Clube Militar, especialmente pelo fato de reservistas terem familiares na ativa.

Além do almoço, há alguns artigos em defesa do golpe no Defesanet. O portal de notícias é especializado em defesa, estratégia, tecnologia, inteligência e segurança, englobando assuntos aéreos, navais e terrestres.

Na última quinta-feira (30), o General de Brigada Maynard Marques de Santa Rosa publicou o artigo “31 de MARÇO de 1964 – PATRIOTISMO, DECISÃO e CORAGEM” no site da entidade.

No artigo, o general afirma que “a memória de 1964 permanece tão presente quanto reprimida pela insegurança dominante. A tentativa que se faz de suprimir parte da História imita a prática do regime estalinista, durante os expurgos da década de 1930” (Sic).

O general Gilberto Pimentel, ex-presidente do Clube Militar, também publicou no portal um artigo em que defende o golpe de 1964. “Asseguro, pois, aos ‘críticos’, a maioria nem nascida à época, que não somos nós os que distorcem a história. 31 de Março é uma data para ser lembrada, sim. Uma data de profunda reflexão para todos os que amam a Liberdade e a Democracia e repudiam os regimes autoritários”, escreveu.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva – Foto: Reprodução

Vale destacar que a iniciativa do general Tomás Paiva não decorre de orientação direta do ministro da Defesa José Múcio Monteiro, mas foi tomada após decisão da pasta de se manter em silêncio diante do aniversário do golpe de 1964.

Somente o plano de ignorar a data foi acertado entre Múcio e os comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo Damasceno (Aeronáutica). A decisão sobre não divulgar nenhuma Ordem do Dia sobre a data foi a forma encontrada de evitar crises tanto com os militares quanto com o governo.

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