Antes da reunião com Trump, Rubio pressiona Brasil a apoiar EUA em vez da China

Atualizado em 25 de outubro de 2025 às 18:42
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA. Foto: reprodução

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou neste sábado (25) que seria “benéfico” para o Brasil priorizar os EUA como principal parceiro comercial em vez da China. A declaração foi dada a jornalistas um dia antes do esperado encontro entre o presidente Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Malásia, durante a reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Com informações do Uol.

Rubio disse que Washington pretende fortalecer os laços econômicos e políticos com o Brasil, buscando reduzir a influência chinesa na América Latina. “Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro de escolha e comércio, em vez da China”, afirmou o secretário, acrescentando que Trump discutirá formas de resolver pendências bilaterais, especialmente na área de comércio.

O encontro entre Trump e Lula deve tratar também das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e das tensões diplomáticas envolvendo a Venezuela. Desde o início do segundo mandato do republicano, Washington aplicou uma tarifa de 50% sobre diversas exportações brasileiras e sancionou autoridades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, acusado de “violar direitos humanos”.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o presidente do país, Donald Trump. Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

Lula demonstrou otimismo quanto ao diálogo e disse esperar uma solução para as divergências. “Eu trabalho com o otimismo de que a gente pode encontrar uma solução. Não tem exigência minha e não tem exigência dele ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma saída”, afirmou o presidente em Kuala Lumpur.

Trump também sinalizou disposição para reduzir as tarifas, desde que o Brasil adote medidas “favoráveis aos interesses comerciais americanos”. Em setembro, os dois líderes tiveram uma breve conversa nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, e classificaram o encontro como “amistoso”. Desde então, o clima diplomático vem se tornando mais pragmático entre os dois governos.

A aproximação é acompanhada de reuniões entre chanceleres dos dois países. Na última semana, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se encontrou em Washington com o próprio Rubio para discutir temas econômicos e de segurança. A expectativa é que o encontro entre Trump e Lula, previsto para este domingo (26), sirva de ponto de partida para uma reconfiguração das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.