
O Senado dos Estados Unidos confirmou a indicação de Robert Kennedy Jr., negacionista e teórico da conspiração, para o cargo de secretário de Saúde do governo de Donald Trump, presidente do país. Ele foi aprovado em uma votação acirrada, com 52 votos favoráveis e 48 contrários, e agora controlará uma verba de US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 9,7 trilhões) no Departamento de Saúde e Serviços Humanos.
Kennedy Jr. é antivacina, defensor do leite cru (não pasteurizado) e de outras conspirações relacionadas à saúde pública. Durante a pandemia de Covid-19, ele se engajou na campanha contra imunizantes e chegou a dizer que alguns causavam autismo.
No ano passado, às vésperas da eleição, ele prometeu reformular a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) e reclamou da proibição do leite cru, que pode causar danos à saúde.
O negacionista agora vai supervisionar diversas agências de saúde. Além da FDA, ele será responsável pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH).
Após a aprovação, Kennedy Jr. fez um discurso ao lado de Trump e agradeceu o republicano por indicá-lo a um posto em que “pudesse acabar com a epidemia de doenças crônicas infantis”. “Cumpriu todas as promessas que me fez. Manteve sua palavra em todas e foi muito além. Sou muito grato a você, Sr. Presidente”, afirmou.

Ele ainda diz que recebeu conselhos de aliados para não confiar em Trump, mas que decidiu acreditar no republicano. “Nós tivemos um aperto de mão, e tudo o que ele me disse que faria, ele fez. E sou muito grato. E eu já disse a você antes, eu realmente acredito que você é uma figura histórica fundamental, e você vai transformar este país”, completou.
O novo secretário de Saúde do governo Trump tem 71 anos, é filho do senador Robert F. Kennedy e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy. Ele recebeu críticas da própria família em 2019 após declarações antivacina.
Dois anos depois, teve a conta do Instagram excluída por “compartilhar repetidamente” fake news na plataforma e, em 2022, o Facebook removeu contas de um grupo antivacina fundado por ele, o Children’s Health Defense (Defesa da Saúde Infantil), entidade que se dedicava a criticar práticas da indústria farmacêutica consideradas nocivas pela extrema-direita.
Neste mesmo ano, ele evocou o nazismo em um discurso antivacina, criticando os lockdowns e dizendo que “mesmo na Alemanha de Hitler, você poderia cruzar os alpes até a Suíça”.
Ex-democrata, Kennedy Jr. tentou concorrer nas eleições primárias presidenciais do partido em 2024, mas optou por seguir uma candidatura independente. Após desistir da campanha, ele passou a apoiar Trump e alegou que se aliaria ao republicano por conta da “guerra pelas crianças”.
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