Ao admitir que Lava Jato favoreceu Bolsonaro, ex-procurador acaba com balela de “imparcialidade” vendida por Dallagnol

Atualizado em 26 de agosto de 2019 às 18:53
O ex-procurador da Lava Jato, Carlos Fernando Lima

Em entrevista para o programa GloboNews Painel, de Renata Lo Prete, o ex-procurador da Lava Jato Carlos Fernando Lima admitiu que é comum os procuradores trocarem mensagens com os juízes dos casos por Telegram.

“Essa é a modernidade. Qual a diferença de ser presencial e ser pelo ‘zap’?”, disse ele.

Lima também minimizou o envolvimento do então juiz federal Sergio Moro nas investigações da Lava Jato. Segundo ele, o sistema brasileiro é inquisitorial e dá ao juiz o direito de produzir provas.

No debate, falou do apoio da Lava Jato a Bolsonaro, acabando com o conceito de imparcialidade da operação sempre vendido por Deltan Dallagnol.

Segundo o ex-procurador, o apoio era evidente em contraposição à candidatura de Fernando Haddad, que representaria, na visão deles, a destruição da Lava Jato (assista o vídeo abaixo).

“É evidente que dentro da Lava Jato e de todos esses órgãos públicos existem ‘lava-jatistas’ que são a favor do Bolsonaro”, disse.

Para Carlos Fernando Lima, se tratava de uma decisão entre o ruim e o menos pior.

“Muitos entenderam que o mal menor era o Bolsonaro. Eu creio que essa é uma decisão até óbvia pelas circunstância, que Haddad representava tudo aquilo que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora infelizmente o Bolsonaro está conseguindo fazer”, disse o procurador.