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Ao dizer que voltará a Paris em 2022, Ciro deixa claro que não precisa de inimigos para ser derrotado

“Eu sou o maior gênio desde Einstein”

Ciro Gomes é um fenômeno natural como a pororoca, o eclipse ou o acasalamento do Saci Pererê com a mula sem cabeça.

Em entrevista ao Globo, Ciro julga ter acertado ao rumar a Paris no segundo turno de 2018. Repetiria a dose “com muito mais convicção”.

“Em 2018, fiz com grande angústia. Aquela eleição já estava perdida. Mesmo somando meus votos com os do Haddad, não alcançaríamos Bolsonaro. Lula mentiu para o povo dizendo que era candidato quando todos sabiam que não seria. Manipulou até 22 dias antes da eleição, deixando parte da população excitada”, afirma.

Ainda fez a piada: “Como brasileiros não podem viajar para a França pela pandemia, nesse caso vou para Tonga da Mironga do Kabuleté”.

Ele tem certeza de que estará no segundo turno contra Lula.

O pleito de 2022, segundo Ciro, será “mais reflexivo do que passional. O predominante em 2018 foi o antipetismo irracional”.

Em nome dessa “racionalidade”, ele chuta o pau da barraca: “o lulopetismo e o bolsonarismo não prestam”, o “nível de paixão” é um problema.

O petista “não tem nenhum tipo de escrúpulo ou limite”, “virou uma pessoa que, o que diz de manhã, já não serve de tarde”, “está tomado de ódio”, só tem “vontade de se vingar”, é “cínico” etc.

De acordo com Ciro, Lula também comanda “um gabinete do ódio” na “blogosfera”, em que “Lula dá a ordem, eles fazem”. 

(No DCM, todo dia chega um pombo-correio da Abissínia com ordens. Quem não as cumpre é morto ou torturado. Já perdemos 147 pessoas nessa operação).

Ciro Gomes tem um problema: a realidade não concorda com ele.

Aparece com 6% na última pesquisa DataPoder, empatado com Huck. No mesmo levantamento, sua nêmesis aparece com 34%, à frente de Bolsonaro, com 31%.

Parlamentares do PDT se aproximam de Lula, o que pode levar Ciro à cristianização em seu partido.

No PSDB, FHC já declarou voto no ex-presidente algumas vezes num embate possível com Jair Bolsonaro. Jamais no príncipe de Sobral.

Ou seja, Ciro está falando sozinho, basicamente, e com seus amigos imaginários da “turma boa”, versão cirista do “cidadão de bem”.

Os votos dos eleitores do PT ele não quer. Os da direita ele continuará não tendo.

Um dia o Brasil entenderá esse Einstein e o conduzirá ao posto merecido de Guia Genial dos Povos, Majestade Imperial, nosso Heliogábalo, líder do reich tupiniquim de 1000 anos.

É o mínimo.

 

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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