Ao negar de novo a oitiva de Tacla Duran, Moro revela: só os “criminosos” dele falam a “verdade”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 26 de fevereiro de 2018 às 15:51
“Tacla Durán, aqui, não”

Sérgio Moro, como seus fãs, só aceita bandidos de estimação.

Em despacho negando pela quarta vez a oitiva de Rodrigo Tacla Durán pedido pelos advogados de Lula, Moro explicou seus critérios de seleção de interrogados.

“É certo que criminosos podem ser ouvidos em Juízo e vários, aliás, foram ouvidos perante este Juízo em processos da Operação Lava Jato”, disse.

Mas, neste caso, normalmente após terem celebrado um acordo de colaboração e assumido o compromisso de dizer a verdade. E aos seus depoimentos só se concedeu credibilidade quando corroborados”.

Por “verdade”, obviamente, entenda-se o que o magistrado e a turma querem ouvir.

Ao final, uma bandeira do quanto o ex-advogado da Odebrecht o incomoda.

“Como se não bastasse, Rodrigo Tacla Duran, ciente dos processos contra ele instaurados, fugiu do país e inventou estórias contra pessoas relacionadas a este julgador e ainda contra os membros do MPF, a fim de forçar uma situação de impedimento ou suspeição, embora, destituído de conhecimento jurídico, não tenha atentado ao art. 256 do CPP.”

O tal artigo sustenta que “a suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la”.