Ao STF, Zambelli diz que apontou arma a homem após ouvir tiro e ver “volume” na cintura

Atualizado em 19 de julho de 2024 às 23:12
Carla Zambelli de camiseta verde, de perfil, com arma nas mãos, apontando
Carla Zambelli com arma em episódio de 2022 – Reprodução/X

Em interrogatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou ter sacado uma arma para um homem negro em outubro de 2022, após ouvir um tiro e notar um “volume na cintura” do rapaz. A bolsonarista enfrenta um processo no STF por porte ilegal de arma.

Durante o interrogatório, a parlamentar declarou que estava acompanhada por um amigo policial à paisana e que ambos foram ofendidos pelo jornalista Luan Araújo. Na confusão, ela ouviu um tiro e viu seu amigo policial quase caindo no chão.

“Nesse momento eu me dei conta do tiro e de que Valdeci [Silva de Lima Dias, que é agente da Polícia Militar] estava caindo. Então, na hora eu liguei uma coisa com a outra”, disse Carla Zambelli, alegando ter certeza de que Luan Araújo tinha disparado.

“Até porque o Luan ele tinha um volume, mas outro rapaz também tinha um volume na cintura, o outro rapaz não conseguia identificar, mas o Luan principalmente tinha uma um volume bem grande na cintura”, seguiu a deputada, de acordo com o g1.

No entanto, o disparo foi acidentalmente efetuado pelo amigo policial de Zambelli, Valdecir. Segundo o advogado da parlamentar, Daniel Bialski, o tiro ocorreu quando o PM caiu no chão. “Temos filmagem disso”, disse ao blog da jornalista Daniela Lima.

Reações e Consequências

Dora Cavalcanti, advogada de Luan Araújo, criticou a ação da deputada, afirmando que “não existe qualquer justificativa para tamanha violência cometida pela parlamentar”: “Uma atitude inconsequente que colocou não apenas a vida do Luan em risco, mas também de todas as pessoas que estavam próximas, nas ruas e no bar onde ele buscou abrigo”.

O incidente ocorreu na véspera do segundo turno da eleição presidencial de 2022, onde Lula (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL). A deputada federal foi gravada apontando a arma para o jornalista, um apoiador do petista, em uma rua dos Jardins, São Paulo. A ação foi vista negativamente e alguns apoiadores do político do Partido Liberal atribuíram parte da derrota à sua atitude.

Acusações Contra Janones

Carla Zambelli também acusou o deputado André Janones (Avante-MG) de vazar seu número de telefone. Segundo a parlamentar, recebeu centenas de ligações na noite anterior à discussão com o apoiador de Lula. Ela afirmou que as ameaças vieram também por mensagens no WhatsApp, e que sua equipe descobriu que o vazamento partiu de um perfil do Anonymous.

O político negou as acusações, afirmando que nunca teve o contato da bolsonarista e que estava acompanhado de uma equipe de TV nos dias que antecederam o incidente.

“Te amo, espanhola”

Carla Zambelli relatou que estava em um restaurante com seu filho e o amigo policial quando foi ofendida por um petista ao deixar o local. Em determinado momento, o homem fez gestos com as mãos no peito e disse “te amo, espanhola”.

A deputada explicou que o termo “espanhola” é uma referência feita pela ex-deputada Joice Hasselmann, insinuando prostituição. Ela revelou que a insinuação de que seu filho não conhecia o pai a deixou profundamente triste.

O advogado de Zambelli afirmou ao g1 que não pode comentar as provas devido ao segredo de Justiça, mas reiterou que sua cliente “não cometeu qualquer infração” e acredita na sua inocência.

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