Apagar das luzes: a 2ª tentativa de Mauro Cid para liberar joias no fim do governo Bolsonaro

Atualizado em 28 de abril de 2023 às 12:05
Bolsonaro e Mauro Cid – Foto: Reprodução

O servidor da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República, Clóvis Félix Curado Júnior, revelou, em depoimento à Polícia Federal (PF), uma segunda tentativa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de reaver as joias sauditas retidas pela Receita Federal em Guarulhos (SP), no final da gestão.

De acordo com informações do colunista Aguirre Talento, do UOL, o servidor disse, no último dia 12 de abril, que recebeu telefonemas no dia 30 de dezembro do ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e do então chefe da Receita Federal, Júlio Cesar Vieira Gomes pedindo para que retirasse os itens retidos.

No dia anterior, Mauro Cid havia enviado ao Aeroporto de Guarulhos um funcionário do Palácio do Planalto para que tentasse retirar as joias, mas não obteve sucesso. Os auditores da Receita Federal, entretanto, entenderam que o ajudante de ordens da Presidência não tinha competência legal para solicitar a liberação dos bens.

Por conta disso, Cid tentou novamente reaver as peças avaliadas em R$ 16,5 milhões, desta vez com um funcionário da Secretaria Especial de Administração.

Bolsonaro e Mauro Cid – Foto: Reprodução

“Recebeu uma ligação na manhã do dia 30/12/2022, logo nas primeiras horas do dia (antes das 09:00h, se não se engana), primeiramente do ten cel Mauro Cid, Chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, e depois do Secretário Especial da Receita Federal Júlio César, esclarecendo que havia joias retidas pela Receita Federal do Brasil, as quais teriam sido trazidas pelo Ministro de Minas e Energia em viagem oficial há um ano, ou seja, desde 2021”, diz a transcrição do depoimento.

Clóvis também disse que foi informado sobre a tentativa frustrada da retirada do conjunto de joias e a conclusão de que essa liberação deveria ser solicitada pela Secretaria Especial de Administração, na qual atuava.

“Informaram que esse pedido deveria ser feito pela Secretaria Especial de Administração. (…) O depoente informou que era preciso que fosse realizado um encaminhamento formal da situação e do pedido, para que pudesse ser realizada a análise técnica devida e, somente então, seria decidido se era caso de fazer um pedido formal de incorporação dos bens retidos na Receita Federal para a Presidência da República”, contou à PF.

Segundo a PF, ele ainda ressaltou que as conversas com Mauro Cid e Júlio César foram sucintas. Além disso, destacou a obrigatoriedade de formalizar a solicitação para que fosse feita uma análise técnica, mas que as joias integrariam o patrimônio público da Presidência.

“Haveria a necessidade de formalizar aquela situação e fazer uma análise pela SA/SG para então ser tomada qualquer decisão e, logicamente, para integrar o patrimônio público da Presidência da República”, afirmou à PF.

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Yurick Luz
Yurick Luz, 24 anos, é redator no DCM desde 2022. Amante do futebol, são-paulino e entusiasta do mundo automotivo.