
O apelo feito pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao ministro Luiz Fux pela anistia aos condenados do 8 de janeiro, durante o ato realizado no último domingo (6) na Avenida Paulista, aumentou o mal-estar do magistrado com outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Ministros da Corte consideram que Fux “deu munição” para que Michelle fizesse o pedido ao declarar, no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no mês passado, que algumas penas aplicadas aos envolvidos poderiam ser exageradas.
A fala de Michelle, feita em meio ao ato bolsonarista, reforçou esse incômodo: “Luiz Fux, eu sei que o senhor é um juiz de carreira e o senhor não vai jogar o seu nome na lama”, disse, citando o caso de uma idosa entre os réus e o de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, que morreu na prisão enquanto aguardava julgamento.
➡️ Michelle Bolsonaro apela a Fux: "Não vai jogar seu nome na lama"
Em ato na Avenida Paulista neste domingo, Michelle Bolsonaro apelou ao ministro do STF Luiz Fux pela anistia aos condenados pelo 8/1 pic.twitter.com/tU7teplcf2
— Metrópoles (@Metropoles) April 6, 2025
Até então, Fux havia acompanhado o relator Alexandre de Moraes em praticamente todas as 500 condenações relacionadas ao 8 de janeiro. A mudança de tom, especialmente durante o julgamento de Bolsonaro, transmitido ao vivo, causou desconforto nos bastidores do STF.
Durante o julgamento, o ministro afirmou que os casos foram analisados “sob violenta emoção” e avisou Moraes que pretendia rever a pena da cabeleireira bolsonarista Débora Rodrigues.
Ela ficou conhecida por ter pichado, com batom, a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao Supremo. Seu caso passou a ser explorado politicamente por Bolsonaro e seus aliados para defender a anistia, inclusive no ato do último domingo (6).
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