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Apelos, negações e reuniões secretas: como Bolsonaro e aliados reagiram à derrota nas eleições

Bolsonaro chorando. Foto: reprodução

No final de 2022, durante sua reclusão no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve envolvido em intensas discussões de bastidores, que agora vieram à tona. De apelos para reconhecer o resultado eleitoral a uma minuta golpista, as reuniões secretas revelam as tentativas do ex-presidente de buscar alternativas para reverter sua derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva.

O jornal O Globo entrevistou 14 pessoas que estiveram com Bolsonaro durante aqueles dias. Segundo relatos, após o choque inicial da derrota, Bolsonaro convocou uma reunião ministerial no Alvorada, dois dias após o segundo turno, em 1º de novembro.

Enquanto a “ala civil” insistia que o derrotado nas eleições deveria a admitir a derrota e iniciar a transição de governo, a “ala militar”, liderada pelo general Braga Netto, aconselhava o ex-presidente a esperar um relatório das Forças Armadas sobre a fiscalização das urnas eletrônicas.

Em meio a pressões e bloqueios de rodovias por caminhoneiros, o então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, conseguiu persuadir Bolsonaro a desestimular os bloqueios e iniciar o processo de transição de governo. No entanto, Bolsonaro permaneceu abatido, enfrentando não apenas a derrota eleitoral, mas também uma erisipela na perna.

“Os aeroportos principais já estavam parados por falta de combustível. O país estava colapsando como aconteceu no governo Temer. E eu fui lá para convencê-lo”, disse Ciro na ocasião.

Erisipela de Bolsonaro compartilhado em grupos bolsonaristas. Reprodução

Em dezembro, uma minuta de um decreto com teor golpista foi entregue a Bolsonaro por seu assessor para assuntos internacionais, Filipe Martins. Embora tenha buscado apoio das Forças Armadas para a ofensiva golpista, Bolsonaro se voltou para alternativas judiciais, incluindo uma ação para recontagem de votos, que foi rejeitada pelo TSE.

O período também foi marcado por visitas ao Alvorada de aliados envolvidos em atos antidemocráticos. Bolsonaro, em sua última live como presidente, expressou a dificuldade de tentar reverter o resultado eleitoral.

O senador Magno Malta (PL-ES), que foi duas vezes ao Alvorada em novembro, contou: “Fiquei orando e lendo a Bíblia para ele. Estava muito quieto e triste. Foi um baque para todo mundo”.

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Augusto de Sousa

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