Apoio à ditadura atinge menor índice desde 1989, diz Datafolha

Esse resultado vem em conjunto com o envolvimento da sociedade civil na carta pela democracia, lida em 11 de agosto

Atualizado em 19 de agosto de 2022 às 15:12
Manifestação contra a ditadura – Imagem: Wikimedia Commons

A ideia de que a ditadura militar é a melhor opção para os brasileiros atingiu o seu menor índice em três décadas, desde 1989, quando começou a ser medida pelo Datafolha. Enquanto isso, o apoio do país à democracia chegou novamente ao seu patamar mais elevado, mesmo com as insinuações golpistas do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Esse dado, juntamente com o envolvimento da população em manifestos pela democracia, mostra uma tendência positiva da sociedade civil e um sopro de esperança para o Brasil.

Em números, o Datafolha apurou que 7% defendem a ditadura (no último levantamento, realizado em setembro de 2021, eram 9%). Em relação aos que concordam que a democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo, destacam-se 75%, que seriam 3 a cada 4 pessoas entrevistadas.

Para 12%, tanto faz se vivermos em uma democracia ou em uma ditadura. Em setembro de 2021, eram 17%. Aqueles que não sabem opinar totalizam 5%.

O apoio ao sistema democrático cresce conforme o grau de instrução e de renda. A pesquisa evidencia que, para quem tem apenas o ensino fundamental, a porcentagem chega a 62%. Entre aqueles que têm ensino superior, 92%. Para quem recebe até dois salários mínimos, 67%, e 91% para quem recebe mais de dez salários mínimos.

Dentre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 74% consideram a democracia o melhor caminho, conflitando com 13% que declaram que tanto faz e 6% que defendem a ditadura em determinadas circunstâncias.

No caso de Bolsonaro, o índice daqueles que apoiam a democracia surpreende e chega a 77%, enquanto aqueles que preferem a ditadura registram 9%, e os que não se importam ou “tanto faz” são 10%.

O receio de que o país viva um novo regime ditatorial divide os brasileiros. Uma parcela de 49% acredita que não há chance alguma, enquanto 44% avaliam que isso pode acontecer novamente.

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