Após assassinar líder, Israel também mata o chefe de segurança do Hezbollah

Atualizado em 29 de setembro de 2024 às 12:26
Apoiadores do Hezbollah seguram fotos de Hassan Nasrallah durante protesto no Líbano. Imagem: Reprodução.

Nabil Qauq, comandante da unidade de segurança do Hezbollah, foi morto pelo Exército de Israel no último sábado (28), durante um ataque realizado na periferia sul de Beirute. A morte de Qauq, confirmada pela facção, ocorre dois dias após o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Com informações da Folha de S.Paulo.

Tel Aviv, cidade costeira de Israel, intensificou sua pressão contra o Líbano, na tentativa de reverter o deslocamento de 60 mil israelenses que fugiram devido aos ataques do Hezbollah em solidariedade ao Hamas, que está em conflito com Israel na Faixa de Gaza há quase um ano. Dado ao cenário, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, alertou que quase um milhão de pessoas podem ter abandonado suas casas, enquanto o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas lançou uma operação de emergência para fornecer ajuda alimentar.

Mikati descreveu a situação como o “maior deslocamento populacional na história do Líbano”, com mais de mil mortes registradas nos ataques israelenses nos últimos dois dias, incluindo 14 médicos, além de ao menos 6 mil feridos. Neste domingo (28), Israel atacou vários alvos do Hezbollah no Líbano e informou que um dos bombardeios no vale do Bekaa resultou na morte de Mohammad Dahrouj, combatente de outro grupo islâmico, o Jama’a Islamiya.

Nabil Qauq, comandante da unidade de segurança do Hezbollah. Reprodução

O Hezbollah afirmou que continuará sua luta contra Tel Aviv. Em meio a isso, após os ataques que resultaram na morte de Nasrallah, Israel anunciou que outros líderes da facção também foram mortos.

“Nosso trabalho não acabou. Temos dias desafiadores à frente. A eliminação de Nasrallah é um passo necessário para mudar o balanço de poder no Oriente Médio”, destacou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, após desembarcar de viagem aos Estados Unidos para falar na Assembleia-Geral da ONU.

A situação aumenta as tensões, com Israel mobilizando brigadas de reservistas e se preparando para várias opções, incluindo uma operação terrestre. Enquanto isso, o Hezbollah declarou que suspenderá o fogo apenas após o fim da ofensiva israelense em Gaza. Os esforços por uma trégua continuam, mas com pouco progresso até agora.

No Irã – que ajudou a criar o Hezbollah no início dos anos 1980 –  altos funcionários lamentaram a morte de Abbas Nilforoushan, um membro sênior da Guarda Revolucionária, que também morreu na explosão que matou Nasrallah. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, foi transferido para um local seguro após os recentes acontecimentos.