
Entre terça (9) e quarta-feira (10) da próxima semana, devem ser iniciadas oficialmente as negociações sobre a crise do IOF em Brasília.
Participarão do encontro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), numa tentativa de destravar o impasse gerado pela tentativa do governo de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras.”
Lula permanece no Rio de Janeiro até segunda-feira (8), onde participa da cúpula dos Brics. O encontro com os líderes do Congresso deve ocorrer logo após seu retorno à capital federal e representa uma tentativa de recompor o diálogo entre Executivo e Legislativo após a reação negativa ao decreto que aumentava o IOF, posteriormente revogado pelo Congresso.

Nos bastidores, o deputado Hugo Motta, pressionado pela campanha da esquerda nas redes sociais, tem sinalizado disposição para negociar. Entre as propostas está o corte de emendas e desonerações, desde que o governo desista formalmente da elevação do IOF. A medida visa acalmar a base aliada e reequilibrar as tratativas em torno da política fiscal do governo.
Parlamentares também avaliam a possibilidade de o Executivo utilizar a desistência do aumento do IOF como moeda de troca para garantir apoio à Medida Provisória que isenta do Imposto de Renda pessoas com renda de até R$ 5 mil mensais, além de prever a taxação dos super-ricos.
O governo corre contra o tempo para atingir a meta fiscal de 2025 e via no aumento do IOF uma das alternativas para elevar a arrecadação. Com a derrota no Congresso, a equipe econômica perdeu um dos pilares da estratégia de compensação orçamentária.
Diante do impasse, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes agendou para 15 de julho uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo, na tentativa de construir uma solução que evite o agravamento da crise institucional.