
A Polícia Civil e a PM do Rio de Janeiro realizaram, na manhã desta sexta-feira (14), uma nova etapa da Operação Contenção para enfrentar a expansão do Comando Vermelho em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A ação ocorre duas semanas após a megaofensiva nos complexos da Penha e do Alemão, no dia 28 de outubro, considerada a mais letal da história do país, com 121 mortos.
Entre os detidos está o vereador Marquinhos Aquino (Republicanos), o mais votado do município na última eleição. Embora não fosse alvo da operação, ele foi preso em flagrante após policiais encontrarem em seu carro, com placa oficial da Câmara Municipal, uma arma registrada em nome de outra pessoa e caixas de medicamentos de uso controlado.
As equipes buscavam seu irmão, Luiz Matos de Aquino, que tinha mandado de busca e é suspeito de integrar um núcleo do Comando Vermelho em Meriti. Luiz não foi encontrado em casa, mas Marcos se dirigiu ao endereço durante a ação e acabou sendo detido. A família Aquino ainda não se manifestou.

Segundo as autoridades, a operação desta sexta é resultado de uma investigação de 11 meses conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes.
Equipes da DRE-CAP, da Core e do Bope foram às comunidades da Bacia do Éden, Castelinho e regiões adjacentes para cumprir 16 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão. Até a última atualização desta reportagem, ao menos cinco pessoas haviam sido presas, sem registro de confronto.
O objetivo principal é conter o avanço territorial da facção, prender integrantes já identificados, apreender drogas e armamentos, remover barricadas e mapear bens ligados às atividades criminosas para bloqueio judicial.
A Operação Contenção foi criada para funcionar como uma iniciativa permanente das forças de segurança do estado. Em outubro, essa estratégia motivou a mobilização que resultou na entrada massiva de equipes civis e militares nos complexos da Penha e do Alemão, operação que ainda é investigada pelo Ministério Público devido ao alto número de mortos.
No caso desta sexta-feira, as equipes focam na desarticulação de um braço local da facção que, segundo os investigadores, tenta expandir influência na Baixada Fluminense.
A polícia afirma que a ofensiva busca também “arrecadar novas provas” e identificar estruturas que sustentam a organização criminosa na região, incluindo patrimônio ilícito e rotas utilizadas para tráfico de drogas. Além disso, agentes trabalham para remover obstáculos instalados pelo crime para restringir a circulação de moradores, prática que se tornou rotina em áreas dominadas por facções.