Após críticas a Trump, Jimmy Kimmel pode voltar à ABC em acordo com a Disney

Atualizado em 20 de setembro de 2025 às 15:56
Jimmy Kimmel em seu talk-show na ABC. Foto: New York Times

A Disney estaria em negociações para trazer de volta o talk show de Jimmy Kimmel, suspenso recentemente após pressões do governo Donald Trump. O programa, exibido pela ABC — emissora que pertence ao grupo Disney —, é considerado um dos mais populares da TV americana, mas entrou em crise depois de comentários feitos pelo apresentador sobre o assassinato do influenciador trumpista Charlie Kirk.

Kimmel afirmou em 15 de setembro que “a turma do Maga está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles”, comentário que irritou aliados do presidente e gerou repercussões imediatas. As falas também teriam incomodado Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), órgão responsável por regular o setor, que acompanha de perto a fusão pretendida pela Nexstar, dona de afiliadas da ABC.

A decisão de suspender o programa foi anunciada pela própria Nexstar, que busca aprovação da FCC para ampliar seu alcance televisivo. Fontes do Wall Street Journal relataram que, logo após a transmissão, a ABC recebeu ligações de anunciantes e afiliadas preocupadas com os rumos da atração, pressionando a emissora a tomar medidas rápidas.

Donald Trump e Charlie Kirk. Foto: Josh Edelson/AFP

Segundo a publicação, a copresidente da Disney, Dana Walden, chegou a conversar com Kimmel e aconselhou o apresentador a não insistir na mesma linha editorial nos episódios seguintes, alertando que a postura poderia “piorar a situação”. Ainda de acordo com o jornal, executivos discutiram questões de segurança após a equipe do programa receber e-mails com ameaças.

Apesar da turbulência, a Disney avalia que a volta do talk show pode ser estratégica para recuperar audiência e conter o desgaste da marca. Entretanto, não há garantia de que as negociações avancem, já que o cenário envolve tensões políticas, resistência de anunciantes e a necessidade de preservar a imagem da ABC em meio a disputas regulatórias.