
A TV Globo decidiu suspender a matéria de quase sete minutos do “Jornal Nacional”, que foi ao ar na última quinta-feira (3), sobre os ataques virtuais ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A reportagem defendeu o parlamentar destacando o uso de inteligência artificial por militantes progressistas para criar conteúdos críticos ao parlamentar, que vem sendo chamado de “Hugo Não Se Importa” nas redes sociais.
A reportagem do JN afirmou que Motta e outros congressistas se tornaram alvos “dos ataques nas redes sociais, com o uso de inteligência artificial, após a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso no dia 25 de junho”. O decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras havia sido defendido pelo ministro Fernando Haddad (PT-SP) como forma de “cobrar imposto do dono da cobertura e taxar os super-ricos”.
A abordagem da Globo gerou reações imediatas. Nas redes sociais, usuários progressistas acusaram a emissora de defender os interesses do Congresso.
Jornal Nacional está sendo DETONADO após fazer matéria mal intencionada, CRITICANDO a mobilização da internet contra o Congresso e falando sobre “moderação”.
AGORA É A VEZ DO POVO
CONGRESSO INIMIGO DO POVO
CONGRESSO DA MAMATApic.twitter.com/m4isLTYN1p— POPTime (@siteptbr) July 4, 2025
“Por que será que o Jornal Nacional saiu em defesa do Congresso da Mamata? Será que a Globo também defende os super-ricos?”, questionou um internauta. Outro foi mais direto: “Você viu o Jornal Nacional defendendo os super-ricos? Qual a novidade? Estão defendendo o próprio rabo”.
A repercussão negativa levou a Globo a tomar uma medida incomum: segundo apuração do NaTelinha, a direção de jornalismo decidiu suspender a veiculação da reportagem em outros programas da casa. O conteúdo foi retirado da grade do Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e da GloboNews, que costuma republicar matérias dos jornais da emissora.
A matéria original trouxe entrevistas com figuras como o cientista político Carlos Pereira, os parlamentares bolsonaristas Rogério Marinho (PL-RN) e Luciano Zucco (PL-RS), autor do projeto que derrubou as mudanças no IOF, e o economista Armínio Fraga, que defende abertamente o congelamento do salário mínimo.
Eles criticaram o governo Lula e o PT, acusando o Planalto de tentar desgastar o Congresso após a derrota na votação do imposto.