Um dia depois de Renan Calheiros confessar, em rede nacional, tráfico de influência e chamar a casa que preside de “hospício”, o canal da TV Senado no YouTube apareceu com uma imagem estranha.
O thumbnail, aquela fotografia congelada que serve para identificar o vídeo, mostra Dilma Rousseff retirando a faixa presidencial. É um novidade interessante nesse momento da história do Brasil. Veja abaixo:
O diretor da TV Senado é Sylvio Guedes. Ele assumiu em dezembro passado. Segundo o Portal dos Jornalistas, ele foi colocado ali por Renan depois de uma crise, quando o senador entendeu que haviam feito uma campanha contra ele no episódio de sua renúncia.
Funcionários contaram que Renan fez intervenções “em especial na Comunicação”.
Sylvio é concursado e tem passagens por, entre outros, Jornal de Brasília, Correio Braziliense, EBC e Agência Reuters. Foi assessor de Luiz Estevão, condenado em maio a 31 anos de prisão por desvio de verbas em São Paulo.
É colaborador do blog de Claudio Lessa, ex-diretor de Comunicação Social da Câmara demitido em junho depois de mandar transmitir ao vivo uma coletiva do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha.
Nas verdadeiras democracias, os governantes que traíram a confiança do eleitor não costumam terminar os seus mandatos, diferentemente do que a mais nova tendência governista/petista nos quer fazer crer. Nixon renunciou, primeiros-ministros na Itália e Japão costumam deixar o governo em meio a escândalos políticos.
Collor foi removido do poder depois de eleito tão democraticamente quanto a atual ocupante do Planalto.
As verdadeiras democracias sobrevivem a esses sobressaltos. Quem não costuma sobreviver a eles são os maus governantes, que enganam o povo com falsas promessas eleitoreiras e que usam o dinheiro público para viabilizar seus projetos de poder.