A Polícia Federal (PF) enviou a investigação sobre os desvios em contratos de kit robótica em Alagoas para o Supremo Tribunal Federal (STF) após encontrar uma lista de pagamentos atrelados ao nome de “Arthur”. Agentes da corporação acreditam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seja a pessoa citada nas anotações.
O documento foi apreendido com Luciano Cavalcante, auxiliar direto de Lira, e lista R$ 834 mil em valores pagos de dezembro de 2022 a março de 2023.
Desse total, pelo menos R$ 650 mil foram supostamente repassados para “Arthur”. A lista mostra data, valor, destinatário do gasto e o nome a quem a despesa está atrelada. Ao menos 30 pagamentos se referem a “Arthur”.
Foram apontados repasses desde despesas com hotéis utilizados pelo presidente da Câmara, passando por gastos com alimentação da RO, como é chamada a residência oficial, além de impostos, combustíveis, gastos com automóveis e até fisioterapia do pai do presidente da Câmara.
Uma outra lista com citações de pagamentos ao nome “Arthur” também foi encontrada pela PF.
Luciano integrava a liderança do PP na Câmara, mas foi exonerado após ser alvo de busca e apreensão na Operação Hefesto, que mira desvios nos contratos de kit robótica.
Ele é conhecido em Brasília como o braço direito de Lira e já chegou a ser assessor do deputado. Além disso, a filha de Luciano é sócia do filho de Lira em uma empresa de intermediação de publicidade em mídias e ambos atuaram em contratos milionários do governo federal.
Na lista, além do nome “Arthur”, há outros elementos que indicam a relação de Lira com os valores encontrados. Uma delas é o pagamento de fisioterapia do Bill, como é conhecido o pai do político, ex-senador Benedito de Lira (PP-AL).