Após “fazer o M”, Nikolas Ferreira nega apoio a Marçal e elogia Lula: “Líder carismático”

Atualizado em 15 de setembro de 2024 às 10:16
Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL), um dos membros mais influentes do bolsonarismo no Congresso, foi criticado por pessoas do núcleo do ex-presidente Jair Bolsonaro após ao ato de 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo, quando ele foi flagrado “fazendo o M”, gesto de referência à campanha de Pablo Marçal (PRTB), em detrimento ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), oficialmente apoiado por seu partido nas eleições.

Em entrevista ao Globo, publicada neste domingo (15), ele se defendeu, alegando que respondia um questionamento entre Marçal e Guilherme Boulos (PSOL), mas que foi vítima de um corte. O bolsonarista também explicou porque não faz apoios diretos a Nunes. Leia: 

O senhor entrou na campanha pelo Brasil, assim como Bolsonaro, mas há dificuldades, como no Rio e em São Paulo. Bolsonaro perdeu a capacidade de mobilização?

O cenário político muda. A capacidade de mobilização do Bolsonaro ou a popularidade dele não se perderam. O Bolsonaro gera apoio, só que ele não faz milagre, ele não é santo. O apoio do Bolsonaro, assim como o meu, só é válido quando a pessoa que ele está apoiando gera conexão com o eleitorado dele. O Nunes não tem conseguido gerar uma conexão. O problema talvez nem seja o Marçal, talvez seja o Nunes. Se o candidato fosse, por exemplo, o (Ricardo) Salles ou Eduardo Bolsonaro, eu estaria fazendo campanha. Não surgiria esse “vácuo Marçal”. Havia uma cadeira vazia, e ele sentou. (…)

Mas o senhor não “fez o M” (gesto de Marçal) no 7/9?

Não. E fui inocente. Eu estava em um caminhão. Toda hora que eu ia para a borda, tinha uma trupe gigantesca de gente com o boné do “M” gritando: “Boulos ou M?”. Eu estava ignorando, mas era uma situação difícil. E aí, pela terceira vez, gritaram “Boulos ou M?”. E aí, irmão, Boulos ou M, é M. Só que caí no corte (do Marçal), tinha alguém com o celular. Tanto que eu faço rapidinho. É óbvio que ele aproveitou nas redes dele.

Nikolas Ferreira “fez o M” no 7/9, em São Paulo. Foto: reprodução

Como vê a divisão na direita?

O Pablo está longe de ser um novo Bolsonaro, esquece. A figura do Bolsonaro foi contra tudo e contra todos. Por mais que as pessoas estejam um pouco chateadas por conta de São Paulo, ainda está no coração das pessoas, como se fosse pessoal. O Bolsonaro tem um trem que eu não sei explicar. Ele tem um sangue de barata, ele sabe apanhar, isso é uma virtude. O Lula também tem isso. Ele falou de Israel no meio da crise internacional, pau quebrando, e ele se manteve. Isso é uma virtude de quem é governante, de quem sabe aguentar pancada. Não subestime o Bolsonaro, ele é um líder carismático. E líder carismático no Brasil é de 100 em 100 anos. O Lula é líder carismático. Também jamais subestime a força dele. (…)

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