O blogueiro de extrema-direita Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos, partiu para o deboche contra o ministro Alexandre de Moraes, ao afirmar em um vídeo que as autoridades brasileiras querem “sequestrá-lo” e, na sequência, mostrando a sua língua.
“Tem gente querendo me sequestrar”, disse o blogueiro. “Isso é maravilhoso, tem prós e contras”
O bolsonarista é investigado em diversos inquéritos, incluindo o das milícias digitais e das fake news, devido a seus ataques contra instituições e a democracia. Ele era o editor-chefe do site Terça Livre, contumaz disseminador de fake news.
Moraes expediu um mandado de prisão preventiva contra Santos e, em outubro de 2021, também determinou a inclusão do nome do extremista na lista de Difusão Vermelha da Interpol, tendo soliciado aos norte-americanos a sua extradição.
Após fofoca da Folha, Allan dos Santos debocha de Moraes: “Querem me sequestrar" pic.twitter.com/AOxZQxXG8K
— VIDRAÇA TAMBÉM É GENTE, GENTE… (@VidrsGente) August 19, 2024
Em novembro de 2022, uma conversa revelada neste domingo pela Folha de S.Paulo entre os juízes Airton Vieira e Marco Antônio Vargas revelou frustração com a Interpol e o governo dos EUA, que não haviam respondido adequadamente aos pedidos de prisão e extradição de Allan dos Santos.
Apesar dos múltiplos pedidos, a Interpol em Lyon não incluiu o nome do influenciador no alerta vermelho, sugerindo uma possível influência política no processo. O juiz Marco Antônio Vargas chamou a postura da Interpol e dos EUA de “sacanagem”, enquanto Vieira expressou seu descontentamento com a falta de resposta dos EUA ao pedido de extradição.
Os EUA informaram que não extraditarão Allan dos Santos por delitos que consideram como liberdade de expressão, mas estão dispostos a processá-lo por outros crimes, como lavagem de dinheiro.
O caso de Allan dos Santos envolve investigações sobre a disseminação de notícias falsas e atos antidemocráticos. A Polícia Federal alega que o influenciador está ligado a movimentos que buscam desestabilizar as instituições democráticas e o sistema de governabilidade do Brasil.