A prefeitura de Florianópolis, capital de Santa Catarina, tem feito pedidos para que a população não dê esmolas para as quase 2 mil pessoas que atualmente dormem nas calçadas da cidade. A solicitação é vocalizada principalmente pelo secretário de Assistência Social, Leandro Lima, em entrevistas, e pelo prefeito Topázio Neto (PSD) em vídeo publicado nas redes. No último dia 12, a capital catarinense foi notícia pelo fato de uma pessoa em situação de rua ter morrido de frio no Centro da cidade.
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“Não dê esmolas”, afirmou Lima em entrevista para a rádio CBN Floripa. De acordo com o secretário, o motivo pelo qual alguns moradores não aceitam ir para abrigos disponibilizados pela prefeitura, mesmo nesta época de frio, é a quantia de dinheiro que alguns cidadãos doam para eles. No entanto, a ONG Rede com a Rua, que atua na área há muitos anos em Florianópolis, contestou e repudiou a declaração de Lima.
O grupo considera que a posição do secretário de Assistência Social procura “criminalizar” as ações desenvolvidas pela sociedade civil e causa um dano ainda maior aos moradores em situação de rua, estimulando “o desamparo dessas pessoas pela sociedade, que é levada a acreditar que elas não devem ser ajudadas”.
No dia 12 de junho, Simon Bertolo, de 41 anos, morreu de hipotermia no Centro de Florianópolis. Ele dormia na calçada da rua Anita Garibaldi, próximo da Avenida Mauro Ramos. Segundo a Epagri/Ciram, órgão que monitora o tempo em Santa Catarina, os termômetros marcavam 12ºC no momento da morte, que ocorreu por volta do meio-dia. O óbito por hipotermia foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado. Bertolo era natural de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou a ser acionada e tentou manobras de reanimação, mas a vítima morreu no local. A prefeitura informou que o homem era atendido pelos serviços de Assistência Social e Saúde de Florianópolis desde 2020.