Após morte de menina Heloísa, Gilmar Mendes sugere extinção da PRF

Atualizado em 16 de setembro de 2023 às 15:42
Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Ministro do STF, Gilmar Mendes sugeriu neste sábado (16) que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderia ser extinta. Mendes usou de exemplo a morte da menina Heloísa, que foi atingida na cabeça durante uma abordagem de um agente do órgão no Rio de Janeiro, para justificar o fim do núcleo.

“A tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito”, começou ele, em publicação no X (antigo Twitter).

Gilmar prosseguiu: “Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses – e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -, merece ter a sua existência repensada. Para violações estruturais, medidas também estruturais”.

Confira a postagem de Gilmar Mendes:

Relembre o caso da menina Heloísa

Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morreu nove dias após ser atingida por um tiro na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio de Janeiro. O agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito o disparo. A criança estava internada desde o dia 7 de setembro e faleceu neste sábado (16), às 9h22.

O incidente aconteceu quando a família de Heloísa estava em um carro no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica. Os policiais da PRF alegaram que seguiram o veículo Peugeot 207, suspeitando que fosse roubado, e tentaram realizar uma abordagem. Durante a ação, três disparos de fuzil foram efetuados, atingindo a menina.

O responsável pelos disparos disse, em depoimento, que escutou som de arma de fogo vindo do carro da família de Heloísa. Segundo ele, essa situação o fez atirar contra os passageiros. Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

Heloísa estava internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e seu estado de saúde era considerado gravíssimo e instável. Nos últimos dias, ela teve uma parada cardiorrespiratória.

A Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público Federal estão investigando a conduta dos agentes da PRF envolvidos no incidente. Outro agente da PRF, que entrou na unidade de tratamento intensivo onde a menina estava internada, está sob investigação. Sua ida ao hospital foi feita sem autorização e as motivações para sua presença estão sendo apuradas. O agente poderá enfrentar acusações de abuso de autoridade.

Imagens das câmeras de segurança do hospital mostram o agente, que não teve o nome divulgado, entrando no local, sem se identificar, e sendo seguido por um segurança até o corredor da emergência pediátrica.

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