Após operação contra Sóstenes, Malafaia acusa Moraes e esposa de “tráfico de influência”

Atualizado em 19 de dezembro de 2025 às 19:54
O pastor Silas Malafaia em evento de apoio a Jair Bolsonaro. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O pastor Silas Malafaia publicou nesta sexta-feira (19) um vídeo nas redes sociais em que acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, de “tráfico de influência”. Na gravação, o líder religioso cobra investigação e o afastamento do magistrado.

Malafaia afirma que um contrato firmado entre o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes e o Banco Master, no valor de R$ 129 milhões, seria “prova de corrupção”. Segundo ele, “não existe honorário advocatício nesse valor em um contrato genérico” e o caso deveria resultar no afastamento imediato de Moraes do STF.

No vídeo, o pastor questiona a atuação do ministro e diz: “Que moral esse cara tem para julgar alguém?”. Malafaia também acusa o Supremo de blindagem e afirma que o silêncio do magistrado seria uma forma de evitar esclarecimentos públicos. “Quem cala consente, quem cala deve”, declara.

O ministro Alexandre de Moraes, acompanhado de sua esposa Viviane Moraes, participa da sessão de posse do ministro Edson Fachin como presidente do STF e da própria posse como vice-presidente da Corte – Pedro Ladeira/Folhapress

A manifestação ocorre no mesmo dia em que o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, em operação autorizada pelo ministro Flávio Dino. A investigação apura suspeitas de desvio de recursos da cota parlamentar por meio de contratos de locação de veículos.

Em defesa de Sóstenes, Malafaia afirma que a operação seria uma “cortina de fumaça” para “denegrir” a direita e esconder investigações envolvendo outras autoridades. O pastor sustenta que práticas semelhantes às investigadas seriam comuns no Congresso e não ilegais, inclusive entre parlamentares da esquerda.

O contrato citado por Malafaia veio à tona após documentos serem encontrados pela Polícia Federal no celular do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. O acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões ao longo de 36 meses, totalizando R$ 129 milhões.