
A Polícia Federal intensificou as investigações para identificar os financiadores e articuladores da fuga do deputado federal Alexandre Ramagem, que deixou o Brasil após ser condenado por participação na tentativa de golpe de Estado. O avanço resultou na primeira prisão ligada ao caso, realizada no sábado (13), em Manaus.
O preso é Celso Rodrigo de Mello, filho do garimpeiro de Roraima Rodrigo Cataratas. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito que apura o suporte logístico e financeiro à saída clandestina de Ramagem do país.
Segundo Julia Duailibi, do g1, a Polícia Federal reúne informações de que empresários e outros colaboradores teriam financiado parte da fuga e ajudado na organização do trajeto utilizado pelo deputado. A corporação trabalha para mapear transferências de recursos e vínculos entre os investigados.
Alexandre Ramagem foi condenado em setembro a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. No mesmo mês da condenação, ele deixou o Brasil de forma irregular.
De acordo com as investigações, Ramagem viajou de avião até Boa Vista, em Roraima, e seguiu de carro para fora do país, cruzando a fronteira de maneira clandestina, possivelmente pela Venezuela ou pela Guiana. Posteriormente, o deputado seguiu para os Estados Unidos.

A Polícia Federal aponta que os laços de Ramagem com Roraima facilitaram a logística da fuga. O parlamentar já atuou como delegado da PF no estado, além de manter vínculos pessoais e familiares na região. Sua esposa é procuradora do Estado.
Em nota, a assessoria de Rodrigo Cataratas afirmou que o caso tramita sob sigilo, que não há sentença definitiva e que Celso Rodrigo de Mello é inocente. A defesa informou que a decisão judicial está sendo contestada e pediu respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência.
A investigação segue em andamento e novas diligências não estão descartadas. A Polícia Federal trabalha para identificar outros possíveis envolvidos no financiamento e na execução da fuga, enquanto o STF acompanha o caso de perto.