Após recorde sob Bolsonaro, Lula reduziu 200 militares da ativa no governo

Atualizado em 18 de abril de 2023 às 9:13
Presidente Lula e militares. (Foto: Reprodução)

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o número de militares da ativa das Forças Armadas (FA) em cargos no governo vem diminuindo cada vez mais. As informações são da Folha de S.Paulo.

A maioria dos cargos ocupados pelos militares eram relacionados com a presidência da República e a Defesa. O corte total desde outubro, mês das eleições, até fevereiro, data dos dados mais recentes, é de 319 vagas. Se considerado só o período em que Lula assumiu a Presidência, são 196 militares a menos.

Mediante de um discurso de enaltecimento do militarismo que por várias vezes flertou com o golpismo, o ex-presidente, que é Capitão reformado do Exército e defensor declarado da ditadura militar, chegou a ter 2.206 fardados da ativa em cargos espalhados por seu governo.

Ao menos oito militares que faziam parte do governo do ex-capitão tiveram participação, em 2022, nos atos golpistas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. Além disso, alguns deles participaram de grupos de WhatsApp em que foram trocadas e compartilhadas mensagens antidemocráticas e ameaças a Lula.

Ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Bolsonaro também distribuiu cargos para vários militares da reserva, inclusive ministérios, como foram os casos, entre outros, dos generais Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto.

Um dos órgãos federais loteados por militares foi a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O órgão informou que havia no final do governo passado 24 militares do Exército, Marinha ou de polícias miliares, todos da reserva ou reformados, ocupando cargos de coordenação e chefia no órgão, além de um delegado aposentado da Polícia Federal. Desses, 17 foram exonerados de uma única vez, em 18 de janeiro.

Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula já sinalizou que acreditava que os atos de 8 de janeiro tiveram forte envolvimento da ala militar e prometeu investigar o ocorrido. Um de seus primeiros atos no governo foi colocar novamente um civil para comandar a Defesa, o ex-deputado e ex-ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro. Mesmo com as ações, o petista busca manter uma boa relação entre sua administração e a ala.

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