
No meio das discussões sobre racismo, a Google mantinha em sua loja de aplicativos, até esta quarta-feira (24), um jogo intitulado “Simulador de Escravidão”. Nesse jogo, é possível simular ser um proprietário de escravos e castigar pessoas negras ao longo das partidas. No entanto, o aplicativo foi retirado do ar nesta tarde.
O jogo oferecia duas modalidades: “tirana” ou “libertadora”. Na primeira opção, o objetivo era obter lucro e evitar fugas e rebeliões dos escravos. Na segunda, a meta era lutar pela liberdade e alcançar a abolição. Com informações de O Globo.
Entre as opções do jogo, estavam incluídas agressões e torturas aos “escravos”. O jogo foi desenvolvido pela Magnus Games e tinha pouco mais de mil downloads e 70 avaliações. Nos comentários, algumas pessoas reclamavam da falta de opções de violência.

A produtora do jogo, Magnus, mencionou na plataforma que o jogo foi criado para fins de entretenimento e que condena a escravidão no mundo real.
O jogo estava disponível desde o início da semana, mas sua dinâmica começou a viralizar nas redes nesta quarta-feira. Após a repercussão, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) anunciou que entrará com uma representação no Ministério Público por crime de racismo.
Em seu Twitter, o deputado declarou: “Entraremos com representação no Ministério Público por crime de RACISMO e levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis”. O jogo estava disponível desde pelo menos o dia 22 de maio.
?URGENTE! DENÚNCIA CHOCANTE! A Play Store, loja de aplicativos do Android, tem um "jogo" chamado SIMULADOR DE ESCRAVIDÃO, no qual a "brincadeira" consiste em comprar, vender, açoitar pessoas negras escravizadas. É desumano, nojento, estarrecedor. É CRIMINOSO! ??
A @unegrobrasil… pic.twitter.com/QHi8oaaSOi
— Orlando Silva (@orlandosilva) May 24, 2023
Quem acessa a GooglePlay ainda vê o jogo, mas não consegue efetuar o seu download:
— VIDRAÇA TAMBÉM É GENTE, GENTE… (@VidrsGente) May 24, 2023