Após repercussão negativa, Tarcísio recua da decisão de transferir a Cracolândia

Atualizado em 20 de julho de 2023 às 20:30
Cracolândia. Rovena Rosa / EBC / Fotos Públicas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (20) que o plano de transferir a Cracolândia da região da Luz para o bairro do Bom Retiro, no Centro da capital paulista, será revisto. A decisão é um recuo na medida que ele anunciou na terça-feira (18), após repercussão negativa.

Em nota, a Governo afirmou que “novas possibilidades para solucionar o problema da Cracolândia estão sendo estudadas e serão divulgadas em breve”. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) também comentou o assunto, afirmando que houve uma reunião com Tarcísio na tarde desta quinta para tratar sobre o tema.

O governador explicou que a intenção não seria realizar uma mudança de endereço da concentração de usuários de drogas. “Não é simplesmente levar o fluxo e ter uma cena aberta de uso em outro canto. Não é isso. Eu tenho que levar essas pessoas para onde eu possa ter uma abordagem mais qualificada”, disse Tarcísio.

A ideia inicial, segundo a gestão, era transferir o fluxo para o Complexo Prates, a cerca de 1,5 km da Luz, onde há equipamentos de saúde, como AMA (Assistência Médica Ambulatorial) e Caps (Centro de Atenção Psicossocial), distanciando os dependentes químicos de áreas residenciais e comerciais.

Dispersão de fluxo na Cracolândia gera confusão. Foto: Reprodução

“Todas as ações que são desenvolvidas lá, elas são debatidas no comitê integrado que existe entre a prefeitura e o governo do estado, feito com estudo, com planejamento. Pode ser que o comitê tenha e eu não tenha, nesse momento, um levantamento desse estudo de que seria possível fazer isso [o deslocamento da Cracolândia]”, disse Nunes em relação à falta de comunicação sobre o plano.

Após o encontro, o governador e o prefeito apareceram juntos em uma agenda e despistaram ruídos sobre o tema, garantindo que o plano de deslocar o fluxo está alinhado com a administração municipal.

Tarcísio também falou sobre “individualizar a conduta” das equipes com os dependentes e identificar as pessoas que compõem o fluxo para melhor abordagem. O governo busca identificar quais são egressas do sistema prisional, quais estão lá em progressão de pena e quais têm parentes que podem ser acionados para auxílio no tratamento.

A gestão estadual prometeu instalar uma nova companhia da Polícia Militar na região central em breve e estabelecer um batalhão na área até fevereiro de 2024.

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