Após reportagem do DCM, assessor de Moro que o acompanhava em viagens a passeio é exonerado

Atualizado em 17 de maio de 2023 às 12:22
Ex-acompanhante: após reportagem do DCM, o jovem assessor de Sergio Moro foi exonerado (crédito; Diário Oficial da União)

O estudante de Direito Lucas Dorini Sabbato, que era assessor parlamentar do senador Sergio Moro (União-PR), foi exonerado de seu cargo no gabinete do parlamentar, por meio do qual recebia R$ 29,5 mil por mês, no último dia 10.

A demissão ocorreu após o DCM revelar, com exclusividade, que o ex-juiz de Curitiba levara seu assessor como acompanhante a uma viagem “a passeio” a Maringá (PR), na qual o parlamentar utilizou dinheiro público para bancar o transporte, a alimentação e a estadia do jovem assessor.

No documento oficial (veja acima) que informa o desligamento de Sabbato, consta que sua exoneração doi feita “a pedido”, ou seja, por desejo do próprio ex-assessor. Tanto o senador Moro como seu gabinete não informaram o motivo do desligamento, nem quem será seu substituto nas funções que praticava no gabinete, incluindo a de acompanhante em viagens a passeio do congressista.

Em sua última declaração pública, Sergio Moro não fez qualquer menção à viagem que bancou para o ex-assessor, limitando-se apenas a lamentar a cassação do mandato de seu colega e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Nesta quarta-feira (17), políticos em Brasília vêm manifestando a opinião de que Sergio Moro será o próximo a ser cassado.


A viagem a passeio com direito a acompanhante bancada com dinheiro público

O senador Sergio Moro (União Brasil) utilizou dinheiro público para pagar despesas com hotel em Maringá (PR) de seu assessor parlamentar comissionado Lucas Dorini Sabbato, cujo salário bruto pago pelo gabinete do congressista é de R$ 29,5 mil.

O ex-juiz levou seu acompanhante – e achou por bem fazer com que os cofres públicos arcassem com os custos – em uma viagem de quinta a sábado a sua cidade natal que teve só um objetivo, segundo o próprio senador: passear.

As diárias bancadas pelo contribuinte para o assessor (que, em suas páginas nas redes sociais, ostenta fotos com Jair Bolsonaro, mas não com Sergio Moro) foram dos dias 2 a 4 de março (de quinta a sábado) deste ano, no Hotel Bertt 2.

Naquele dia 4, o senador gastou também R$ 330 em gasolina em um posto em Maringá.  Já no dia 2, havia gasto, com combustível em Curitiba, outros R$ 166,98. Na segunda-feira, dia 6, após deixar Maringá e retornar a Curitiba para tomar um vôo de volta a Brasília, gastou mais R$ 312,11 para encher o tanque do carro que ficou no Paraná.

Ao todo, apenas com combustível e estadia de seu acompanhante, o senador gastou mais de R$ 1.200 em um fim de semana a passeio em Maringá. Veja as notas fiscais abaixo.

Fonte: Senado Federal

 

Fonte: Senado Federal

 

Fonte: Senado Federal

 

Sergio Moro informa: “Vim aqui passear’

O senador Moro não deixa dúvida do motivo de sua viagem de 2 a 4 de março a Maringa: passeio. Assim ele disse em uma entrevista concedida nos estúdios da Rádio Jovem Pan de Maringá, no dia 3 de março: “A gente veio aqui, claro, para passear, exatamente”. Veja abaixo.

Já o seu acompanhante de viagem não participou da conversa, e o gabinete do senador não informou qual foi a agenda do bolsonarista na cidade. Lucas Dorini Sabatto informa em sua rede profissional Linked-in que é estudante de Direito.

Antes de se tornar assessor de Sergio Moro e acompanhante em viagens a passeio, o graduando com salário de R$ 29,5 mil era coordenador político do deputado estadual Ricardo Arruda, do Avante-PR. Também constam em suas páginas uma série de imagens de cunho bolsonarista.