
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto, afetando veículos, vinhos, cosméticos e artigos de luxo. A justificativa do governo americano seria o desequilíbrio comercial com a União Europeia, que respondeu com críticas e pedidos de negociação. França e Alemanha pressionam Bruxelas a buscar um acordo para evitar o agravamento da guerra comercial.
Setores estratégicos estão sob impacto direto. A indústria automotiva, especialmente a alemã, exportou cerca de 750 mil veículos para os EUA em 2024, com destaque para modelos de alto padrão da Audi, Porsche, BMW e Mercedes. O setor já teme represálias europeias, enquanto a fabricante Mercedes registra que 23% de seu faturamento global depende do mercado americano.
A indústria aeronáutica também sofre com tarifas de 25% sobre alumínio e aço e 10% sobre aeronaves importadas da Europa. Os Estados Unidos e a UE tentavam um acordo que incluía isenção para aeronáutica, bebidas alcoólicas e cosméticos, mas o anúncio de Trump interrompeu as tratativas. O risco de novos custos afeta empresas como Airbus e outras fornecedoras europeias.

O setor de luxo, liderado pela francesa LVMH, tenta manter discrição, mas calcula prejuízos severos. A Hermès, por exemplo, já repassou aos consumidores americanos o custo de tarifas de 10% sobre suas bolsas e lenços. Com a nova taxa de 30%, marcas como Louis Vuitton, Tiffany e Lancôme podem ter que elevar preços ou transferir parte da produção para o território americano.
Na área de cosméticos, a francesa L’Oréal obteve 38% de seu faturamento anual nos Estados Unidos em 2024. A empresa já produz localmente metade dos itens vendidos no país, mas o aumento dos impostos sobre produtos importados de luxo pode obrigá-la a relocalizar mais fábricas para solo americano para driblar as tarifas.
O setor de alimentos, especialmente o italiano, classificou o tarifaço como uma “catástrofe”. Produtos como queijos, vinhos, massas e geleias podem sofrer aumento de até 45% nos preços finais nos EUA. O sindicato agrícola Coldiretti teme perdas irreparáveis para o “Made in Italy”, enquanto produtores franceses de vinhos e licores pedem à Comissão Europeia firmeza nas negociações para evitar um colapso comercial.