Após Túlio apoiar Marília, Lupi diz que “se não apoia João Campos, não tem o que fazer no PDT”

Atualizado em 22 de novembro de 2020 às 22:01
Ciro Gomes e Carlos Lupi, caciques do PDT

O clima esquentou no PDT (Partido Democrático Trabalhista) depois que o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) anunciou publicamente neste domingo (22) que, contrariando a orientação partidária, está apoiando a candidata Marília Arraes (PT) à prefeitura do Recife, e não João Campos (PSB).

O presidente do partido, Carlos Lupi, reagiu imediatamente. Conforme pode se ver no vídeo abaixo, durante evento de apoio à candidatura João Campos neste domingo, ele disse: “Quem não apoiar João Campos, não tem o que fazer no PDT”.

A reação traz o tom que o presidente do PDT julgou necessário, muito diferente, por exemplo, do modo como reagiu ao apoio de Ciro Gomes (PDT-CE) a Manuela D´Ávila (PCdoB) em Porto Alegre, também contrariando uma orientação partidária.

Isso por que Túlio Gadêlha não apenas apoiou Marília Arraes, como também  afirmou que o Partido Socialista Brasileiro tentou ‘negociar seu silêncio’ no 2º turno da disputa pela prefeitura de Recife.

“Meu chefe de gabinete foi procurado pela coordenação da campanha do PSB no Recife. Disse que eles estavam querendo “negociar o meu silêncio” nesse segundo turno. Dá pra acreditar?! Me senti testemunha de um crime. Crime mesmo foi o que eles fizeram nesses últimos anos no Recife”, contou Túlio.

Túlio Gadêlha chegou a ser pré-candidato do PDT à prefeito de Recife, incentivado pelo partido. O PDT, ao final, optou por apoiar João Campos.

Gadêlha, então, declarou em setembro que apoiaria o candidato indicado, mas afirmou: “O PSB precisa fazer uma autocrítica. O Recife é a capital das desigualdades sociais, do desemprego, do engarrafamento. Foi a arrogância e a falta de autocrítica do PT, em 2018, que levou Bolsonaro à presidência do país”.

Nos bastidores, Túlio Gadêlha deu a entender que indicaria a vice na chapa de Campos, mas o indicado por ele foi ignorado.