Após vaquinha para caravana que nunca aconteceu, bolsonaristas pedem reembolso

Atualizado em 2 de julho de 2021 às 9:29
Só na “Vakinha”, foi arrecadado mais de R$ 15 mil, sem contar com PIX e depósitos bancários. Foto: Reprodução

Criada em maio para fazer pressão sobre senadores para analisar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a “Caravana da liberdade” nunca aconteceu.

A ideia era levar três mil apoiadores para acampar em Brasília por uma semana em acampamentos improvisados na frente do Congresso Nacional.

Com uma vaquinha que podia ser paga por PIX, num site de financiamento coletivo ou por deposito bancário, os organizadores pediam de R$ 350 a R$ 550.

Agora, o financiamento virou alvo de reembolso de bolsonaristas lesados.

Walmir Lucio Ribeiro, advogado dos organizadores, diz que o evento nunca ocorreu porque os recursos foram insuficientes.

“Nunca houve intenção de lesar ninguém. Inclusive era de conhecimento de todos os organizadores que, em caso de cancelamento, os valores doados seriam devolvidos”, diz.

Só no site “Vakinha”, o evento recebeu R$ 15.803,00, mas Walmir diz que o objetivo era arrecadar R$ 234 mil e só conseguiram R$ 59 mil no total.

Inicialmente, o evento ocorreria no dia 12 de maio, mas foi remarcado para 16 de junho.

Em live, Marcello Neves, que se apresentava como empresário, disse que auxiliaria “Pablo” na logística do evento:

“O Pablo foi o mentor da história. Eu apenas estou ajudando. Tenho um pouco mais de experiência em logística, já fiz grandes eventos, eventos nacionais, como o Rock in Rio, então conheço bem de logística”.

No dia do evento, Pablo foi questionado por seguidores que contribuíram com o evento no Twitter e chegou a dizer que 30 ônibus já tinham saído para Brasília.

Depois disso, se afastou das redes sociais, e com o aumento das cobranças por imagens e provas de que a tal caravana ocorreu, Neves desconfiou do organizador.

Ele descobriu que Pablo não era Pablo, era Fábio.

Os depósitos foram feitos na conta dele, Fábio Oliveira Leite.

“Eu não sabia quem era. Eu tinha os dados dele, CPF, dados bancários desse Fábio, mas ele (Pablo) dizia que era um amigo dele. Ele dizia que por conta da movimentação financeira, por conta do Imposto de Renda, os depósitos e transferências seriam no nome desse suposto amigo dele, o Fábio”, disse Neves em live.

Então, os contribuintes do evento começaram a cobrar reembolso nas redes sociais.

Alguns foram ressarcidos, mas a maioria, não.

Parte deles alega ter sido vítima de um golpe para quitar um apartamento de Fábio.

Convidado para uma live para explicar o caso por divulgadores do evento, Fábio não apareceu.

Walmir afirma que após a decisão de cancelar o evento os valores começaram a ser devolvidos, mas foram detectados alguns comprovantes de transferências fraudados.

Com informações do UOL.