Após visita de Mendonça, Congregação Cristão orienta fieis a votar em Bolsonaro contra “infiltração maligna”

Atualizado em 14 de agosto de 2022 às 10:44
O ministro pastor André Mendonça com os “anciães” da CCB

A Congregação Cristã no Brasil, uma das igrejas evangélicas mais medievais do país, emitiu comunicados orientando seus fieis a votarem a Jair Bolsonaro.

Tradicionalmente apolítica, a organização deu uma guinada à extrema-direita após a visita em abril de André Mendonça, pastor e ministro do STF, à sua sede no Brás, em São Paulo.  

“Não devemos votar em candidatos ou partidos políticos cujo programa de governo seja contrário aos valores e princípios cristãos ou proponham a desconstrução das famílias no modelo instruído na palavra de Deus”, diz um comunicado.

“De acordo com a lei, o voto é secreto e a escolha do candidato é livre, todavia o Ministério relembra à cara irmandade que, conforme ensinamentos antigos, não devemos votar em candidatos, nem em partidos, que neguem a existência de Deus e ou sejam contrários aos princípios e valores cristãos”.

É necessário evitar todo “comunista e socialista e de esquerda!”, diz postagem no Facebook.

Uma nota condena o pecado da “omissão”. “Devemos vigiar que não haja a infiltração maligna de alguns partidos políticos” que trazem “fundamentos anticristãos e comunistas”. 

Mendonça foi recebido com carinho pelo chefe da CCB, Cláudio Marçola. A seita foi criada no início do século passado por missionários italianos no Paraná e em São Paulo. 

Espalhou-se e reúne cerca de dez milhões de seguidores. A CCB ordena que as mulheres usem véu, não as autoriza a ser anciãs (nome da função de liderança) e nem a tocar na orquestra. Violinos, trompas, trompetes e demais instrumentos sinfônicos são proibidos para elas. Só podem ser organistas.