Brasileiros gastaram cerca de US$ 11,1 bilhões (R$ 54 bilhões) entre janeiro e novembro de 2023 com as “bets”, como são chamadas apostas online. A estimativa é feita com base em estatísticas divulgadas pelo Banco Central que correspondem às remessas feitas para empresas do setor que atuam no exterior. A informação é da Folha de S.Paulo.
Do total gasto, cerca de US$ 8,9 bilhões (R$ 43,3 bilhões) correspondem aos recursos transferidos para formar o montante a ser rateado entre vencedores e outros US$ 2,2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) se referem à taxa de serviço retida pelos sites.
O montante de recursos é maior que o movimentado por exportações de carne bovina em todo o ano passado: as vendas do produto chegaram a US$ 9,5 bilhões (R$ 46,3 bilhões) no período, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Os sites de apostas esportivas são liberados no Brasil desde 2018, quando foi aprovada lei no governo Michel Temer e as propagandas sobre as bets têm dominado propagandas na grade de TV aberta. O setor não foi regulamentado ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e, por isso, suas sedes têm funcionado em outros países, onde existem registros legalizados.
Dados do Banco Central mostram que US$ 7,1 bilhões (cerca de R$ 35 bilhões) voltaram ao Brasil como prêmios recebidos por apostadores que residem no território nacional. A instituição aponta ainda que houve um aumento expressivo no volume de dólares para atividades como jogos e apostas online no exterior.
O governo Lula tem trabalhado na regulamentação do setor desde o ano passado e já foi aprovada uma lei para definir a taxação e o funcionamento dessas empresas, que precisarão de credenciamento para atuar no país. Em uma consulta prévia, aberta antes da aprovação da lei, o Ministério da Fazenda recebeu 134 manifestações de interesse para atuar no mercado de apostas.