O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, afirmou nesta segunda-feira (22) que um novo inquérito policial foi aberto para investigar os grampos ilegais na cela em que Alberto Youssef ficou preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
“Autos foram encaminhados hoje para abertura de um novo inquérito policial para investigar tudo que aconteceu, ver se envolve agentes da PF, delegados da PF, da força-tarefa, não interessa, vai ser investigado, esse é o momento”, disse Appio em entrevista ao programa “Estúdio i”, da GloboNews.
“Se ocorreram ilegalidades, essas ilegalidades vão ser processas e julgadas no tempo e modo devido, garantindo o devido processo, inclusive, a intimação dos envolvidos”.
Preso em março de 2014 pela Lava Jato, o ex-doleiro fez, em setembro daquele ano, um acordo de delação premiada, no qual confessou que lavava recursos de partidos.
No primeiro mês de sua prisão, Youssef denunciou que estava sendo grampeado. Na ocasião, a PF alegou que a escuta era antiga e que já não funcionava mais.
Após a defesa de Youssef denunciar a ação ilegal, a PF abriu um procedimento interno. A apuração conduzida nos meses seguintes pela Corregedoria-Geral de Polícia Federal concluiu que “restou comprovada a existência de indícios” da instalação do equipamento de interceptação ambiental.
Além de Alberto Youssef, foram grampeados Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Alexandre de Souza Rocha e Nelma Kodama.
Veja o vídeo:
Juiz Eduardo Appio explica sobre grampo ilegal na cela do doleiro Youssef:
“Aqueles que denunciaram a ilegalidade acabaram sendo denunciados, e isso está arquivado. O que está se iniciando agora é um novo inquérito para apurar se houve alguma ilegalidade praticada por agentes e… pic.twitter.com/f5DsnaI7nd
— GloboNews (@GloboNews) May 22, 2023