Argentina: terceira colocada declara apoio a Milei no 2º turno das eleições

Atualizado em 25 de outubro de 2023 às 14:16
Javier Milei será apoiado por Patricia Bullrich no segundo turno na Argentina. Foto: reprodução

Nesta quarta-feira (25), Patricia Bullrich, ex-ministra da área de segurança na gestão do ex-presidente Mauricio Macri e terceira colocada nas eleições presidenciais da Argentina, anunciou seu apoio ao candidato de extrema-direita Javier Milei, que disputará o segundo turno contra o governista Sérgio Massa, ministro da Economia do atual presidente, Alberto Fernández.

Segundo o jornal La Nation, Bullrich se reuniu com Milei e com Macri na noite de terça-feira (24) para formalizar a aliança entre eles. A expectativa é que o apoio da também direitista, que obteve 23,8% dos votos no primeiro turno, fortaleça a candidatura de Milei na tentativa de derrotar o chamado kirchnerismo, representado por Massa.

No X, antigo Twitter, a política de direita reforçou seu apoio ao anarcocapitalista sem citar diretamente seu nome, dizendo que “quando a pátria está em perigo, tudo é permitido, exceto não defendê-la”. “A urgência do momento nos interpela e não é neutra diante do perigo da continuidade do kirchnerismo que significa Sergio Massa”, escreveu.

Ela também compartilhou um documento de duas páginas “ratificando” cinco eventuais problemas da eventual vitória de Massa, e 11 necessidades da Argentina, como “uma mudança de raiz das condições de funcionamento da economia” e “um federalismo que funcione”.

Milei ofereceu a Bullrich o Ministério da Segurança em um eventual governo, afirmando que adoraria tê-la em sua equipe devido ao seu histórico bem-sucedido no combate à insegurança durante o governo Macri.

Após o primeiro turno, Milei mudou seu discurso e indicou uma possível aliança com a coalizão da ex-ministra, a Juntos pela Mudança, para o segundo turno.

No entanto, analistas divergem sobre a transferência automática de votos de Bullrich para Milei e sobre quem estará à frente nessa nova disputa, embora indiquem que a vantagem está a favor de Massa, que obteve 36,7% dos votos válidos no primeiro turno.

Enquanto Massa é considerado o voto mais racional em oposição a propostas radicais de Milei, como a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central, o candidato de extrema-direita busca atrair eleitores descontentes com as forças políticas tradicionais, particularmente o kirchnerismo, fazendo acenos até à esquerda e indicando sua disposição de incorporar representantes desse grupo em seu possível governo.

“Nós teremos o Ministério de Recursos Humanos. Em alguns aspectos das áreas que entram dentro dessa pasta, as pessoas que mais sabem são de esquerda”, disse o candidato anarcocapitalista em entrevista à rádio El Observador na segunda (23).

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