O presidente da Argentina, Javier Milei, planeja demitir cerca de 70 mil funcionários públicos nos próximos meses. A medida do político de extrema-direita teria como objetivo “desinchar a máquina pública” do país vizinho. “Estamos apenas começando”, avisou Milei durante seu discurso de uma hora no IEFA Latam Forum, em Buenos Aires.
Durante um evento de negócios na terça-feira (26), Milei enfatizou suas ações até agora, que incluem o congelamento de obras públicas, cortes de financiamento a províncias e o cancelamento de mais de 200 mil planos de seguridade social, os quais ele rotulou como corruptos. O governo ultraliberal afirma que essas medidas fazem parte de uma estratégia para alcançar um equilíbrio fiscal ainda este ano.
Apesar de representar apenas uma pequena fração dos 3,5 milhões de trabalhadores do setor público argentino, os cortes propostos por Milei devem enfrentar resistência por parte dos poderosos sindicatos do país, o que pode afetar ainda mais sua popularidade.
Na terça-feira, um sindicato que representa parte dos servidores entrou em greve, enquanto dados do mercado de trabalho mostraram que os trabalhadores do setor privado enfrentaram a pior perda salarial mensal em pelo menos três décadas desde que Milei assumiu o cargo em dezembro.
O extremista ainda mencionou pesquisas que indicariam um aumento do otimismo dos argentinos em relação à economia e um recente aumento na confiança no governo, apesar das medidas de austeridade.
Sobre o câmbio, Milei afirmou que os contratos futuros de peso argentino estão alinhados com o modelo de depreciação gradual do banco central, e classificou como “ridículos” os pedidos por uma nova desvalorização drástica da moeda.
Ele destacou os esforços do banco central para alcançar reservas líquidas neutras, contrastando com passivos de dívida que excediam o caixa em US$ 11,5 bilhões em dezembro.
Milei ainda disse que os esforços para reformar a economia argentina serão intensificados após as eleições parlamentares de 2025, com mais de 3 mil reformas planejadas pelo governo.
Ele descreveu a rejeição de seu decreto de emergência no Senado como “maravilhosa”, pois expôs “todos os dedos sujos” dos políticos, a quem chamou de “delinquentes”.
Por fim, o presidente da Argentina expressou otimismo em relação a uma recuperação econômica em forma de “V”, que seria uma provocação de queda rápida do PIB para, logo em seguida, iniciar uma recuperação forte e instantânea no mercado, como mostra o gráfico do invest news.