Argentinos se mobilizam para ter esclarecimentos sobre morte de Maradona

Atualizado em 10 de março de 2021 às 12:38
Maradona

Do portal RFI:

Um homem abandonado à própria sorte, à dependência química, perdido em um quarto escuro e sem acompanhamento médico adequado. De acordo com depoimentos de pessoas próximas ao ídolo do futebol, assim foram os últimos dias de Diego Maradona, 60 anos, antes de sua morte, em 25 de novembro de 2020.

As revelações foram feitas em áudios trocados no WhatsApp entre amigos e parentes do ídolo, importante material que hoje está nas mãos da Justiça argentina. Há registros de declarações de seu advogado, Matías Morla, de seu médico pessoal, guarda-costas e outras pessoas que acompanharam o ídolo após sua cirurgia, em Buenos Aires, em 3 de novembro, para drenar uma hemorragia cerebral. A operação, na época, foi considerada um sucesso.

Sete acusados

No caso aberto por homicídio culposo (involuntário), sete profissionais são acusados, entre eles o neurocirurgião Leopoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov, além de um psicólogo e dois enfermeiros. Aos réus se somaram esta semana o coordenador de uma empresa privada de enfermagem e um médico nomeado pela empresa privada de medicamentos para coordenar a internação domiciliar de Maradona nos dias anteriores ao seu falecimento

Os áudios indicam que a saúde de Maradona era a menor preocupação da equipe que o acompanhava, interessada apenas em manter seus ganhos. Mas a negligência chegou a tal ponto que o craque acabou não resistindo. A família também acusa o grupo ter feito tudo para mantê-la a distância. Para muitos argentinos, Maradona morreu porque foi abandonado, ou mesmo assassinado, pelos familiares e amigos.