Aristóteles e a ética das virtudes

Atualizado em 14 de novembro de 2018 às 7:48

O filósofo grego Aristóteles, nascido em 384 a.c. foi um dos personagens mais influentes na cultura da civilização ocidental. Uma de suas obras clássicas foi Ética a Nicômaco onde aborda o que muitos consideram a fundação da ética.

A ideia central da obra é de que o caminho para uma vida de bem-estar e felicidade, o que chamou de eudaimonia, está no desenvolvimento da excelência de caráter. A excelência do caráter por sua vez é atingida por meio do cultivo a virtudes, ao que deu o nome de aretê.

Aristóteles buscou estudar como viver melhor atribuindo isso à excelência de conduta. Considerou a pessoa excelente como sendo a pessoa virtuosa. Não colocou uma lista de regras a serem seguidas. O que se deve buscar é focar em ser uma boa pessoa que as ações corretas irão surgir na hora necessária.

Enfatiza que o homem que possui excelência de caráter faz a coisa correta. Tem atitude moral adequada. Excelência moral, excelência de caráter é a disposição de agir com excelência.

Ao praticar virtudes você atinge o que chamou de eudaimonia. Esse é um termo grego que refere-se a bem-estar e felicidade. Em outras palavras, levar uma vida virtuosa é o caminho para uma vida de bem-estar e felicidade segundo Aristóteles. O propósito é se tornar bom, não apenas ter conhecimento e sabedoria.

Viver uma vida de eudaimonia não significa viver uma vida fácil. Você continua enfrentando problemas, dificuldades e desafios. A diferença é que decide encará-los de forma virtuosa como caminho para felicidade. É a satisfação de deitar a noite no travesseiro e saber que você está fazendo o bem, agindo de forma correta e humana. Saber que você está fazendo o máximo para ser a melhor pessoa que pode ser. Para Aristóteles ser virtuoso significa fazer a coisa certa, na hora certa, da forma certa.

Alguns exemplos de virtude são coragem, prudência, persistência, paciência e determinação. Agir com coragem é um exemplo de comportamento virtuoso.

Possivelmente você já tenha ouvido o ditado de que a virtude está no meio. Esse é um conceito que vêm de Aristóteles. Esse meio significa que a virtude está entre os vícios do excesso e da deficiência.

Vício é o contrário de virtude. Ser confiante é a virtude que fica entre os vícios da timidez, que é a deficiência de confiança e a arrogância, que é o seu excesso. Generosidade é a virtude que fica entre os vícios da mesquinhez e da extravagância onde se esbanja e gera-se desperdícios.

Da mesma forma devemos buscar a virtude da coragem sem sermos medrosos de um lado e nem imprudentes e inconsequentes do outro. Um é a deficiência de coragem e o outro é o excesso de coragem. Ou seja, ser uma pessoa corajosa não significa se jogar de qualquer maneira numa situação de perigo. Uma pessoa corajosa toma riscos mas de forma calculada para que o resultado final seja positivo. É tomar a atitude certa na situação determinada. Talvez isso signifique buscar ajuda numa situação em que não se possa resolver sozinho.

Para Aristóteles a virtude se adquire pelo hábito. Se você praticar uma virtude de novo, de novo e de novo, eventualmente você irá torná-la parte do seu caráter. Você aprende as virtudes praticando-as. Virtudes devem ser praticadas regularmente para fortalecê-las. Nesse mundo de superficialidades que vivemos, voltar à virtudes é voltar a nossa raiz e essência como seres humanos.

Sobre o autor

Juan O’Keeffe é empreendedor, bacharel e mestre em Administração de Empresas e escreve sobre desenvolvimento pessoal no blog evolucaopessoal.com.br onde um dos seus temas favoritos é o cultivo à virtudes como forma para crescermos como pessoa.