No rol de desqualificações de Jair Bolsonaro para ocupar qualquer cargo público, especialmente o de presidente, entra agora o pendor à chantagem.
Ele afirmou na segunda, dia 5, que não vai negar recursos aos estados do Nordeste — desde que os governadores divulguem que são seus parceiros ou algo do gênero.
A razão é que “boa parte” deles é socialista. Sim, isso mesmo.
“O que eu quero desses respectivos governadores: não vou negar nada para esses Estados, mas se eles quiserem realmente que isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro” disse.
“Caso contrário, eu não vou ter conversas com eles. Vamos divulgar obras junto a prefeituras”.
Ou seja, ou se submetem ao tiranete, ou nada feito.
Como apontou Flávio Dino, do Maranhão, é uma orientação administrativa gravemente ilegal.
Esse disparate foi proferido após a inauguração de uma usina de energia que usa painéis solares instalados sobre as águas do Rio São Francisco, em Sobradinho, Bahia, mais uma obra que não é dele.
A Caixa Econômica Federal reduziu a concessão de novos empréstimos para a região neste ano.
Na semana passada, Bolsonaro chamou os nordestinos de “paraíbas”. Seu ódio é límpido e cristalino.
Em contrapartida, aparece com apenas 25% de apoio entre a “sub-raça”.
Antes disso, o sujeito havia feito outra ameaça com relação à nomeação de Eduardo para a embaixada do Brasil em Washington.
“Sim, o Senado pode barrar sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o Ernesto Araújo e coloque meu filho. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora”, disse.
“Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês”.
Bolsonaro não é dono do Brasil e nem de verbas que distribui a seus amigos e parentes.
O chantagista é, antes de tudo, um fracassado. Bolsonaro não sabe governar.
Sua especialidade, está-se vendo, é o bullying.